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Microcefalia: Procura por congelamento de óvulos cresce 30% no Piauí

Segundo o médico, o ideal é que o congelamento seja feito até os 35 anos.

03/05/2016 | Edivan Araujo
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O crescimento de casos de bebês com microcefalia tem assustado mulheres que estavam planejando engravidar e muitas delas estão recorrendo ao congelamento de óvulos como opção para não perderam a oportunidade de serem mães mesmo sem ainda ter um companheiro. No Piauí, segundo o último boletim da Secretaria de Saúde já foram notificados 157 casos com 74 confirmações da doença.
De acordo com o médico especialista em reprodução humana, Anatole Borges a procura pela técnica aumentou cerca de 20 a 30% nos últimos meses. “O congelamento de óvulos é utilizado para ajudar a mulher a ter filhos com mais idade, e tem sido uma saída para aquelas mulheres que adiam a maternidade até garantir a estabilidade no mercado de trabalho. Porém, os recentes casos de microcefalia relacionados à transmissão do zika vírus pelo Aedes Aegypti, fizeram do congelamento de óvulos uma opção para quem prefere adiar a gravidez neste momento”, afirma.

Segundo o médico, o ideal é que o congelamento seja feito até os 35 anos. “A marca dos 35 anos é importantíssima quando se trata de fertilidade feminina. É a partir desta idade, principalmente, que a reserva ovariana começa a diminuir gradativamente e os óvulos apresentam perda de qualidade. Essas alterações são ainda mais significativas dos 40 anos em diante. Por isso, o ideal é que o congelamento seja realizado antes deste período. Assim existe uma garantia de melhor qualidade ocitária, maior taxa de sucesso na gestação e menor incidência de doenças genéticas”, esclarece Borges.

Após os 35, o congelamento ainda pode ser feito, mas é provável que, neste caso, por apresentar uma reserva ovariana menor em decorrência da idade, a mulher tenha que realizar o procedimento mais de uma vez a fim de obter um número razoável de óvulos para uma fertilização futura.

Anatole Borges ressalta ainda que o procedimento não tem prazo de validade e os óvulos podem ser mantidos congelados por tempo indeterminado, mas afirma que a fertilização só pode ser feita até os 50 anos. “Isso se deve a maiores riscos de complicações clínicas que possam acontecer na gestação em idade materna avançada.”, explica.

A partir dos 35, a gravidez já é considerada de risco, mas os problemas podem ser minimizados nesta idade caso os óvulos tenham sido coletados em idade jovem. Além disso, com o avanço das técnicas laboratoriais, pacientes submetidas a este tipo de fertilização podem avaliar geneticamente o embrião antes que ele seja transferido ao útero.

Fonte:Portal Az

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