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Teve inicio por volta das 10h da manhã de hoje (31) o Júri Popular de Antônia Consuelo Rodrigues Ramos, 35 anos, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, Francisco Osvaldo Ramos da Silva, 43 anos, mais conhecido como “Chico Ramos”.

A ré chegou por volta das 9:40hs ao Fórum Helvídio Nunes de Barros e chorava muito desde a saída do carro do sistema prisional em que chegou, até se posicionar no banco do réu do auditório onde acontece o júri.
Nove testemunhas serão ouvidas, cinco pela defesa e quatro pela acusação. A expectativa é que o júri se estenda até a madrugada.

O advogado de defesa, Maycon Luz, está confiante na absolvição da Antônia Consuelo. Para ele, tudo isso foi fruto de uma armação policial e de um inquérito conduzido de forma maliciosa que acabou a incriminando sem nenhuma prova. O advogado deixa claro ainda, que não existe nenhuma prova que incrimine sua cliente.

“Não existe nenhuma prova que incrimine a Antônia. O inquérito foi tão mal feito e tão mal construído que não foi identificado o executor do crime, quem contratou, por quanto contratou, então nada disso foi esclarecido, então foi um inquérito mesmo tendencioso que culminou nessa acusação que estaremos debatendo agora, mas estamos tranquilos e seguros que a sociedade picoense ira reconhecer a inocência da senhora Consuelo”, disse o advogado.

Maycon afirma ainda que existem muitas fatos e que serão feitas contra provas a alguns indícios que foram levantados pela autoridade policial na época. Sobre a tese que será defendida na plenária, a defesa da acusada afirma que não se pode fugir da verdade e que esta será demonstrada. “A linha de defesa será a negativa de autoria. Ela não participou, não contratou ninguém, não mandou que ninguém fosse executar seu marido e esperamos que os jurados reconheçam a sua inocência”.

Durante as investigações foi identificado um possível amante da acusada. Em depoimento ele afirmou que a Antônia seria a autora do crime, mas em depoimentos posteriores ele recuou e negou a afirmação. Para Maycon ele mentiu somente para obter um beneficio de transferência para seu estado de Pernambuco.

“Esse rapaz foi ouvido seis vezes pela autoridade policial então ele disse que ela teria confessado que teria mandado matar quando teve uma acareação que eu estava presente ele voltou atrás e disse que mentiu e só falou para obter o beneficio de transferência para seu estado, inclusive conseguiu”, relata.

A presença de pessoas no auditório do Fórum Senador Helvidio Nunes de Barros se limitava apenas aos jurados e a alguns estudantes de direito. Nenhuma movimentação de familiares das partes envolvidas no caso foi percebida nas primeiras horas do inicio do júri. O advogado de defesa atribuiu esta questão ao fato de que nem a vitima nem a acusada serem da cidade de Picos. A vítima era do Alegrete, ela é ré do Ceara e mora em Picos.

A acusação da ré é por homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vitima. e está por conta do Promotor João Malato Neto e do advogado Juraci Bezerra.

De acordo com o promotor, João Malato Neto, Chico Ramos pretendia se separar da Antônia Consuelo que não se conformava com a situação. Segundo ele, os autos mostram ainda que a vitima estaria vendendo alguns imóveis, o que teria despertado o instinto de vingança.

A acusação afirma que há provas bastante contundentes nos autos que se forem acolhidos pelo conselho de sentença a pena para a ré pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
“Todas as testemunhas são de depoimentos bastante fortes incriminando a acusada. Esperamos que a tese acusatória seja acolhida para que a justiça seja feita”, disse o promotor.

Segundo Malato Neto, existem vários depoimentos nos autos que relatam que por diversas vezes Consuelo propagou que pretendia matar o marido, procurando, inclusive, pessoas com a finalidade de adquirir uma arma de fogo.

O crime aconteceu em 31 de outubro de 2014. A vítima, Chico Ramos, foi executada na porta de casa, no bairro Parque de Exposição e após investigações da Policia Civil, Antônia Consuelo foi apontada como mandante do crime.

Fonte:Grande Picos