O caso teve repercussão na imprensa no final do ano passado quando a Polícia Civil interrompeu o velório de Francisca da Silva Carvalho, de 69 anos, e deteve a sua filha, Maria de Fátima Carvalho, de 43 anos. Na época, ela havia sido denunciada por supostas agressões. O corpo da idosa foi encaminhado para o IML de Teresina para exames cadavéricos, que teriam comprovado o crime, segundo a polícia.
De acordo com a delegada Daniela Dinali, a suspeita na época negou o crime e acabou sendo liberada por falta de provas. Entretanto, com o resultado do laudo cadavérico complementar, ficou comprovado que a vítima havia sido assassinada. “Ela vinha sendo agredida e no dia que faleceu, tinha hematomas com coloração diferente no rosto. Na noite da última surra, enquanto batia, ela falava ‘porque você não morre logo’, e chegou a jogar cadeira de rodas em cima dela, ficar sobre ela e esfregar o rosto no chão e uma pessoa interviu”, declara a delegada.
Com as provas reforçadas pelo exame cadavérico e diversos depoimentos de familiares e vizinhos no quais confirmam as agressões da filha contra a mãe, foi feito um pedido de prisão preventiva e Maria Francisca foi presa nesta quarta-feira (13). “O laudo comprovou a materialidade de crime de homicídio e com os depoimentos ficou claro o [crime de] feminicídio. A própria autora disse em depoimento que queria que [a mãe] morresse porque ela a aperreava. 12 testemunhas disseram que ela espancava sempre a mãe”, relata Dinali, destacando que a mulher será indiciada por homicídio qualificado com quatro qualificadores: motivo torpe, feminicídio, meio insidioso e cruel, e pelo fato da mãe ser uma senhora vulnerável e não tinha como reagir.
A delegada relata que esse foi o primeiro caso de feminicídio no Piauí no qual tem uma mulher como suspeita e ainda com a vítima sendo mãe.
Fonte:Cidade Verde