A Secretaria de Estado da Justiça do Piauí (Sejus), através do secretário Daniel Oliveira, decidiu suspender o cronograma do concurso público para o cargo de agente penitenciário. A suspensão deve durar até a conclusão do inquérito policial em andamento junto a Polícia Civil que investiga fraude no dia da realização da prova.
Ao 180graus, o secretário afirmou que a medida busca impedir que suspeitos participem das demais etapa. "O concurso continua válido, apenas o cronograma está suspenso, as etapas devem continuar, mas com a conclusão do inquérito, assim vamos saber quem participou do esquema e garantir que essas pessoas sejam eliminadas", disse.
PRISÕES NO DIA DO CONCURSO
A Polícia Civil do Estado do Piauí, por meio do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), com apoio da Delegacia Geral, Núcleo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe) efetuaram a prisão de quatro pessoas por Tentativa de Fraude ao Concurso de Agente Penitenciário do Estado do Piauí ocorrido na manhã do dia 18 de setembro.
Dentre as pessoas presas em flagrante estão Rayssa Kelly Alexandre de Carvalho, Joanderson Almeida dos Santos e Márcio Morais Rodrigues. Também foi detido o advogado Evilásio Rodrigues de Oliveira Cortez, que havia sido preso anteriormente na Operação Veritas, por ser um dos integrantes da organização criminosa que fraudou o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí, realizado em dezembro de 2015.
Os quatro foram retirados das salas em que realizavam as provas, na Uespi, e segundo informações de testemunhas eles estavam com um gabarito que seria utilizado para preenchimento da prova.
MP-PI RECOMENDA SUSPENSÃO DO CONCURSO
No final do mês passado o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) através da 35ª Promotoria de Justiça expediu recomendação ao Secretário de Justiça (Sejus), Daniel Oliveira e ao Diretor do Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe), Jorge Martins, para anulação do concurso de agente penitenciário. O pedido tem por motivação as fraudes comprovadas, conforme divulgado pelo GRECO/PI.
Leida Diniz, que é titular da 35º Promotoria de Justiça, solicita ainda que sejam tomadas providências para realização de um novo concurso, e que seja feita a devolução de taxa de inscrição dos candidatos que participaram do certame.
Nas considerações apresentadas na recomendação, a promotora explica "que a distribuição ou venda de gabaritos das provas, confirma a quebra do sigilo do conteúdo destas, representando uma violação ao princípio de moralidade, que torna o concurso público imprestável à sua finalidade, devendo ser anulado".
Os gestores têm o prazo de 10 dias, a serem contados da data do recebimento da recomendação, para responder ao Ministério Público acerca das providências tomadas para cumprimento do recomendado.
Fonte: 180graus