O prefeito de Domingos Mourão (220 km de Teresina), Júlio César (PTB), está sendo investigado pela promotoria eleitoral da cidade por conduta vedada nestas eleições. Segundo o promotor Avelar Marinho, o prefeito estaria indo pessoalmente realizar o corte da água de moradores que não votaram nele no último domingo (2).
Um vídeo flagrou uma das abordagens, em que o prefeito - de camisa vermelha - chega ao local onde homens fazem o desligamento da água e chama uma moradora de "traidora".
"Para mim, está bem claro que foi uma conduta vedada. Há o vídeo, inclusive, em que eu reconheço como sendo ele, em que ele aparece chamando uma moradora de traidora. Nós abrimos procedimento e estamos investigando esse caso, já ouvimos os moradores que foram prejudicados", explicou o promotor.
Júlio César foi reeleito no último domingo com apenas 33 votos de diferença para o segundo colocado, o padre Domingos Cavaleiro (PDT). Enquanto o gestor conseguiu 1.461 votos, obtendo 50,24% do total, o segundo lugar recebeu 1.428 votos, 49,11%.
Veja o vídeo:https://www.youtube.com/watch?time_continue=91&v=aBTJsq5TxKc
Esta baixa diferença entre os dois candidatos seria o motivo da ação, que é uma conduta vedada. O promotor destaca que ainda não conversou com o prefeito, mas que uma das justificativas seria de que os moradores estariam usando a água de maneira irregular. Contudo, ele questiona.
"A água é proveniente de um chafariz público e o próprio prefeito perfurou um poço na cidade, para que a água seja usada pelas pessoas. Essas ligações estão nas residências há seis ou sete anos, então não faria sentido essa ação de corte agora, dois dias após as aleições. Especialmente porque, até o momento, não vi regulamentação do uso dessa água, nada dizendo que é proibido", destacou.
O Cidadeverde.com tentou contato com o prefeito por meio de seu telefone pessoal e pela prefeitura da cidade, mas não teve sucesso até o momento.
Segundo Marinho, o gestor pode responder na justiça comum por improbidade administrativa e, na justiça eleitoral, por captação ilícita de sufrágio - a compra de voto - e abuso de poder político.
Ele explicou que o processo precisa ser concluído até a diplomação do gestor, que acontecerá no fim de novembro ou início de dezembro. O promotor destacou que, se a justiça entender que há motivo para tal, o prefeito pode ter o diploma cassado e não assumirá a gestão de Domingos Mourão.
Fonte:Cidadeverde