Inconformados com a dor da perda das quatro pessoas em acidente de carro em Cristalândia, a família ainda passa por outro drama. Descobriram que a funerária do Sul do Estado recolheu os restos mortais do casal e dos dois filhos – mortos carbonizados – sem autorização dos parentes. Com a retirada ilegal das vítimas, a identificação ficou comprometida e os corpos tiveram que ser encaminhados ao IML de Teresina, percorrendo mais de 900 km de distância.
O portal conversou com o irmão de uma das vítimas. Alexandre Paes Landim Nogueira revelou que a família está revoltada com a funerária por ter retirado os corpos sem autorização. Hoje (28) à tarde, ele disse que irá a Delegacia de Corrente registrar um Boletim de Ocorrência contra a funerária. Não foi feito ontem, porque não tinha delegado no Distrito.
“Ninguém autorizou a funerária a recolher os corpos. Pegaram os restos mortais e nem avisaram para a família prejudicando na identificação. Eles misturaram tudo e teve que ser enviado para Teresina para fazer o exame de DNA para a identificação”, disse Alexandre que é irmão de Taís Paes Landim que morreu no acidente.
Segundo Alexandre, o IML confirmou a família que até sexta-feira os corpos serão liberados.
Pai recolhe restos mortais do filho
Devido à confusão no recolhimento dos corpos, a família esteve no local do acidente e encontrou ossada ao redor do veículo queimado. Alexandre contou que o pai da vítima recolheu uma sacola de material e foi entregar na delegacia. Ao chegar ao distrito não tinha delegado e o material ainda se encontra com a família.
“Estamos sem saber a quem entregar. Hoje à tarde vamos a delegacia fazer o BO e tentar entregar o material”, disse Alexandre.
Filhos de Corrente
As vítimas Clésio Pereira de Sousa, 36 anos, e Taís Paes Landim Nogueira, 33 anos e seus dois filhos estavam de férias no Sul do Estado. Morando há três anos em Brasília, Clésio, que é mestre de obra, e Taís - que é cabelereira – estavam há oito dias em Corrente com os familiares. Todos eles são filhos de Corrente.
“No dia do acidente, eles foram passear na casa de uma tia em Cristalândia e na volta houve essa tragédia”.
“Estamos todos consternados, era um casal de luta, trabalhadores e de uma família muito unida. Estamos todos de luto. A dor é enorme”, finaliza o irmão da vítima.
Funerária explica
A funerária negou que tenha agido de má fe e realizou a remoção dos restos mortais com autorização de dois policiais de Cristalândia.
“A Polícia Militar autorizou a gente a fazer o remanejamento dos corpos. O carro ainda estava em chamas, inclusive ajudei a apagar o fogo. Fizemos isso para tentar salvar o máximo dos restos mortais. Não agimos de má fé”, disse o funcionário da funerária Jenisson Rodrigues ao Cidadeverde.com.
Segundo ele, a família só esteve no local do acidente no outro dia, por volta do meio-dia. “A polícia tinha que desobstruir a via e, quando acontece este tipo de ocorrência, a polícia faz a liberação. Amanhã (quarta) os dois policiais estarão aqui para prestar esclarecimentos”, conta Jenisson.
O funcionário disse ainda que já tomou conhecimento de que a família registrou Boletim de Ocorrência e ressaltou que a prefeitura está arcando com todas as despesas.
"Nós prestamos serviços para a prefeitura e o prefeito autorizou toda a viagem de remoção dos corpos. Estamos tranquilos. Se vierem conversar, estamos aqui. A gente não agiu de má fé”, concluiu.
Fonte: Flash Yala Sena / Cidadeverde