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Conheça a história da cearense que se tornou santanense de coração

Maria Francisca de Sousa é natural de Santana do Cariri, mas considera Santana do Piauí como sua terra de origem.

08/03/2017 | Edivan Araujo
Maria Francisca de Sousa / Foto:Paula Monise

Por Paula Monise

A cearense natural de Santana do Cariri, Maria Francisca de Sousa, de 79 anos, se tornou uma santanense de alma e coração. Talvez apresentada por este nome você caro leitor não a conheça, mas a Maria da qual contaremos sua história de vida é carinhosamente conhecida por “Maria Morena”. A mesma Maria Morena rezadeira, aposentada e que no estágio atual de existência ainda cultiva milho e feijão no quintal de casa.

Diante de tamanha disposição e saúde, qual o segredo para alcançar os 79 anos com essa lucidez e vitalidade? Maria Morena responde a nossa equipe de reportagem com um belo sorriso. E por falar em sorrisos esta é sua marca registrada. No decorrer da entrevista ela estampou vários em seu semblante, alegria é o que não falta nesta mulher e segundo ela é a injeção de saúde que reanima a vida do homem.

Maria Morena foi esposa de José Venâncio da Silva, mas há seis anos teve que enfrentar a partida de seu companheiro. É mãe de uma filha, avó de quatro netos e bisavó de quatro bisnetos. Sua história em Santana do Piauí começou quando ela tinha apenas 10 anos de idade, período em que ela e a família [pais e quatro irmãos] deixaram o sertão cearense para viver no sertão piauiense, mas precisamente o pacato Povoado Saco do Engano, atual município de Santana do Piauí.

“Aquela época era muito boa. Meus pais, eu e três irmãos chegamos aqui, ainda era Saco do Engano. Para mim Santana continua sendo Saco do Engano, sinto muitas saudades desse tempo, de rapar mandioca na chapada, de ir pra roça com meus pais plantar [suspirou] é só saudade. Eu sou feliz no Saco do Engano. Já passei por muitos desafios, mas também graças a Deus só tenho alegria. Eu gosto é do Saco do Engano [sorriu]”, disse Maria Morena.

Ao longo de sua vida enfrentou grandes desafios e segundo Maria Morena a fé foi seu grande alicerce. A fé certamente tem uma relação forte na história de Maria tanto que se tornou rezadeira, considerada uma das melhores da cidade. Tem em São Sebastião seu santo de devoção e periodicamente sempre recebe em sua casa pessoas que buscam uma ‘reza’. É reza para quebrante, fogo selvagem, mal olhado, enzipa.

“Vem muita gente, muita gente, do Bocolô, da Ema, por toda a parte as pessoas me procuram. Até hoje nas pessoas que rezei sempre deu certo. O povo também acredita [sorriu] que sou uma mulher de fé”, frisou.

Maria Morena sempre muito simpática e cordial ainda nos convidou para conhecer a ‘rocinha’, termo que utiliza para denominar um pequeno pedaço de terra no quintal de casa onde planta milho e feijão. Ela pegou sua enxada e fez uma demonstração do seu trabalho na limpa da plantação. Seu esforço diria que foi recompensado, pois ela já está colhendo milho e feijão fresquinho.

Próximo ao encerramento da entrevista, Maria Morena que deu uma aula de vitalidade, disposição, felicidade e fé ainda fez questão de deixar uma homenagem as mulheres de Santana do Piauí. “Desejo muita felicidade pra as mulheres, saúde, que fique na minha idade pra frente. Viver é bom, e bom mesmo é viver unido com todos” concluiu.

Nesta quarta-feira, 08 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher foi apresentada a história de Maria Morena como forma de homenagear a mulher santanense batalhadora, guerreira, que luta por dias de glórias. A Prefeitura de Santana do Piauí valoriza a mulher santanense e durante todo o mês de março serão contadas a histórias de outras mulheres. Se esta história lhe inspirou então fique atento porque estão por virem várias outras.

Fonte:Ascom

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