Oito pessoas foram presas e cinco foram conduzidas coercitivamente pela Polícia Federal durante a operação 'Pastor', deflagrada nesta quarta-feira (21/06) e apura prática de desvio-peculato, fraudes licitatórias, corrupção ativa, e corrupção passiva no Piauí.
Os mandados são cumpridos em São Raimundo Nonato, Dom Inocêncio e Teresina e o montante do prejuízo soma R$ 5 milhões de recursos do Ministério da Educação, Codevasf e Funasa.
Entre os presos estão o ex-prefeito de Dom Inocêncio do Piauí, Inocêncio Leal, que seria o chefe da organização criminosa que atuava nos município há pelo menos 10 anos. O empresário Décio de Castro, de São Raimundo Nonato, também foi detido.
Das oito prisões, duas são preventivas e as demais temporárias, entre eles ex-secretários de Finanças e Administração da gestão. O grupo teria dado um prejuízo de R$ 5 milhões.
- Ex-prefeito Inocêncio Leal e o empresário Décio de Castro foram presos
A Operação 'Pastor' cumpriu 14 mandados de busca e apreensão. Participam da ação mais de 60 agentes, entre policiais federais e auditores e técnicos da CGU.
Delegados informaram que o grupo atuava há pelo menos 10 anos nos municípios e envolvia pelo menos duas construtoras de São Raimundo Nonato, como a Jenipapo, que também tinham contratos em outros estados, entre eles Pernambuco e Bahia, que fazem limite com os municípios do Piauí.
As obras contratadas pela Prefeitura de Dom Inocêncio não eram executadas, mas os pagamentos eram feitos às empresas, que repassavam valores para o então prefeito.
Titular da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Piauí, delegado Albert Sávio Moura, comentou o objetivo da operação. "A operação trata de desvios de recursos basicamente do FNDE, Funasa e Codevasf, recursos esses que foram subtraídos do município de Dom Inocêncio no cálculo inicial de mais de R$ 5 milhões, portanto, é um valor substancial para um município pobre, recursos esses que deixaram de ser aplicados na construção de creches, cisternas, sistemas de abastecimento de água, de forma que muito mais que o prejuízo financeiro, o prejuízo social é muito pior, toda uma geração de pessoas que deixaram de ter serviços básicos de saúde e educação, para que pessoas que administravam o município enriquecessem criminosamente", disse.
A Controladoria Geral da União forneceu nove servidores para análise de documentos e constatou que o grupo criminoso recebia por obras que efetivamente não construía. "O ilícito mais grave foi a inexecução contratual, quando o repasse de recursos já havia sido dado ao município e para construtora. A construtora recebeu uma parte do recurso e construiu bem pouco. Em alguns contratos a execução contratual ficou em torno de 1%, alguns em 5% e outros um pouco mais", disse Érica Lobo, da CGU no Piauí.
O procurador geral da república Patrício Noel afirmou que o grupo cometeu uma série de crimes contra a administração pública e que haverá nosso desdobramentos do caso. "Essa operação investigou fatos específicos, pessoas que estão envolvidas nesses fatos, mas isso representam apena suma pequena parcela do números de fraudes que acontecem no estado todo, com outros grupos. Existem outros fatos e outras pessoas que se percebe indícios de atividades ilícitas", completou.
Fonte:180graus