Familiares e amigos de Iarla Lima Barbosa, jovem morta pelo tenente do exército vão realizar uma manifestação para pedir Justiça e o fim da violência em Teresina neste sábado (24/06). De acordo com o primo da vítima, a família está abalada e sem acreditar no fato.
“Vamos realizar esse ato pela forma que o crime foi cometido, que foi brutal. Ela não teve chance de se defender, e por vários outros crimes que estão acontecendo em Teresina, queremos pedir o apoio de todos para que estejam presente nesse sábado 08h. A concentração será na Avenida Higino Cunha com Miguel Rosa e na Frei Serafim vamos realizar o ato de clamor a paz e justiça na sociedade”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, Iarla era uma menina muito carinhosa e querida por todos na faculdade. “Tinha pouco mais de um mês que eles estavam se conhecendo, eles estudavam na mesma instituição, ele fazia direito e ela arquitetura. No Dia dos Namorados ele presenteou ela com um buquê de flores e pediu em namoro e no domingo ela foi convidada por ele, pela irmã dela e pela outra para ir nesse local que houve a tragédia”, detalhou.
“A primeira pessoa a ficar sabendo foi eu, estava de plantão no meu serviço quando recebi uma ligação de um colega bem próximo da Josiane Mesquita que estava junto no carro, a principio ele não conseguiu relatar o ocorrido pois estava muito nervoso, só disse que as meninas estavam no HUT. Rapidamente eu fui para lá e lá eu encontrei elas duas, quando eu senti falta da Iarla perguntei por ela e elas me falaram que ela estava no carro junto com ele mas não sabiam onde ela estava no momento. Logo depois veio a notícia que ela foi encontrada no apartamento dele já sem vida”, falou o primo da vítima emocionado.
O familiar detalhou ainda que não chegou a ter nenhum contato com o criminoso nem antes nem depois do crime, mas relatos de amigos bem próximos a ele disseram que era uma pessoa muito calma. “Inclusive no local do assassinato eles saíram de mãos dadas, ele deu um beijo nela, entrou dentro do carro e a única frase que ele falou para ela foi que ele ‘não era mais menino e que ele tinha visto ela se insinuando para outro’, não deu chance de ela responder”, disse.
A coordenadora do núcleo de feminicídio, delegada Anamelka Cadena, afirmou que o inquérito já esta em vias de finalização. “A gente tem alguns depoimentos ainda para colher, foi solicitada a prisão preventiva e ela foi decretada. Inclusive o cumprimento do mandado de prisão foi durante o ato interrogatório onde ele não quis se manifestar. A prisão preventiva é até quando o juiz entender que deve ser permanecida não tem um prazo para isso, é claro que a defesa vai entrar com processo de liberdade mas é o juiz que decide. Acredito que enquanto dure o inquérito policial é pouquíssimo provável que haja a liberação. E pode não ter se manifestado no interrogatório porque ele tem esse direito mas ele assumiu a autoria dos disparos para o colega logo após o crime e fora isso as vitimas que ficaram vivas prestaram depoimento e todas as outras evidências foram sem qualquer resquício de dúvida que ele tenha praticado o ato”, declarou.
Imagens do WhatsApp mostram mensagens de Iarla Lima para as amigas detalhando como foi o pedido de namoro realizado pelo tenente Silva Neto. Em uma das conversas, a jovem afirmou: “Ele é um príncipe”.
Fonte:Meio Norte