Por Jesika Mayra
Há dois anos, o Brasil e o mundo foram surpreendidos com a enorme quantidade de bebês que nasceram com microcefalia, resultado da infecção provocada pelo vírus da zika.
A criança com esta condição, pode precisar de cuidados por toda a vida, mas isso é normalmente confirmado depois do primeiro ano de vida e irá depender muito do quanto o cérebro conseguiu se desenvolver e que partes estão mais comprometidas. No caso dos bebês com microcefalia, a estimulação precoce deve iniciar tão logo ele esteja clinicamente estável para garantir uma melhor qualidade de vida no futuro.
Hoje é possível saber como um tratamento adequado faz a diferença. A Associação Piauiense de Atenção e Assistência em Saúde – APAAS, oferece um acompanhamento multidisciplinar para crianças com microcefalia de toda a macrorregião.
No local a criança é acompanhada por cinco profissionais diferentes, sendo eles neurologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo.
“Os familiares dessas crianças têm nos dado uma resposta muito grande a respeito do tratamento oferecido aqui na APAAS, o quanto isso tem sido importante na vida dessas pessoas. As mães tem trazido eles ainda na primeira infância, que é de 0 a 3 anos, onde é feito o tratamento de estimulação precoce em cima das fases do desenvolvimento neuropsicomotor da mesma”, disse o fisioterapeuta Altimar Araújo.
O fisioterapeuta explica, que após o diagnóstico, é preciso que a família a reabilitação. Quanto mais cedo se der início a estimulação melhor serão os resultados.
Solange Martins, mãe da Ayla, descobriu durante o pré-natal que a sua filha nasceria com microcefalia.
“Foi difícil, tive uma gravidez normal e só descobri durante o 8º mês na realização de uma ultrassonografia. Hoje a Ayla tem 1 ano e nove meses e ainda está sendo muito difícil, mas depois que a gente passou a frequentar a APAAS, percebemos um quadro bem evolutivo dela. Ele começou a reabilitação com 15 dias”, explicou a mãe.
Na segunda-feira, 13 de novembro, a APAAS realizou algumas ações com as mães e crianças com microcefalia. Elas puderam participar de uma oficina de Shantala, técnica indiana que consiste num momento diário de afeto entre mãe e bebê, ministrada pela fisioterapeuta Amanda Mara.
Em seguida a médica Verônica Maia, teve um conversa com as mães sobre a importância da estimulação precoce.
“O mais importante na prevenção é o pré-natal, momento em que existe uma maior orientação. Atualmente o Ministério da Saúde já distribui repelentes para as grávidas como o objetivo de evitar a zika”, explicou a médica.