O governador Wellington Dias afirmou que vai receber a dona de casa Daiani Caetano, em audiência no Palácio de Karnak. A mãe da menina de 9 anos morta em uma abordagem da Polícia Militar, na semana passada, vem cobrando do chefe do Executivo uma providência em relação aos PMs presos desde a madrugada de 26 de dezembro. O carro da família foi confundido com um veículo usado por criminosos e os policiais abriram fogo na abordagem.
Dias avalia que as providências tomadas até o momento estão dentro do que pede a lei, inclusive quanto à condução do inquérito pela Polícia Militar - o que vem sendo questionado pela família e pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, por supostamente não estar sendo conduzido de forma isenta.
Aos jornalistas ele reforçou que o Judiciário deverá resolver o impasse entre PM e Polícia Civil, que alega ter competência para investigar crimes contra a vida praticados por militares contra civis. Os investigadores afirmam ainda que sequer tiveram atendido o pedido para ouvir os dois policiais, presos no Presídio Militar.
Aproveitou ainda para questionar as decisões judiciais que permitem candidatos reprovados no exame psicológico ingressem no curso de formação da PM.
"Somos obrigados a admiti-los e veja as consequências", ressaltou.
Dias lembrou que o Estado já foi notificado nos últimos dias de outras 4 liminares semelhantes e espera ainda ser comunicado de mais 18, todas de candidatos reprovados no mesmo exame psicológico.
O soldado Aldo Dornel, apontado como autor dos disparos que mataram a menina Emilly Caetano, conseguiu entrar na PM graças a uma decisão liminar da Justiça, cujo pedido foi negado em mérito. Porém, o Estado foi notificado tardiamente. "É preciso um cuidado especial quando o procedimento diz respeito ao cuidado com a vida", reforçou o governador.
Ontem foram divulgadas imagens de câmeras de segurança que mostram o momento da abordagem dos PMs à família. É possível ver o carro parado, em frente a uma concessionária, no momento em que os militares se aproximam. O vídeo confirma a versão da mãe de Emilly, de que os PMs só atiraram depois que o carro parou. A polícia identificou ainda que os vidros do veículo estavam abertos, o que possibilitaria a identificação visual dos ocupantes, neste caso um casal e três crianças.
Fonte: 180graus