O promotor da 1ª Vara Criminal, Régis Marinho, protocolou recurso contra a decisão do juiz Antônio Nolleto que libertou provisoriamente os oito envolvidos na morte do cabo do Bope Claudemir Sousa em 2016. Para o promotor, pela gravidade do caso, o recurso deve ser encarado como um mandado de segurança em defesa da sociedade.
"Eu aguardo que esse processo seja célere porquê o recurso tem um pedido de liminar em caráter mandamental. Espero que a primeira vara dê um curso rápido e chegue logo ao tribunal", declarou o promotor durante entrevista ao Jornal do Piauí desta quarta-feira (17).
O promotor acrescenta que acredita que os denunciados estariam mais seguros custodiados pela Justiça. Flávio Willame da Silva, acusado de ter atirado contra o cabo foi internado em estado grave após ser baleado e esfaqueado na zona Sul. "Há uma comoção em torno desse caso que faz com que a sociedade se sinta instável e incomodada até mesmo com a presença deles soltos. Eu tenho certeza que a vida deles estaria mais segura no sistema prisional", completou.
Na decisão do último dia 9, o juiz Antônio Nolleto avalio que os acusados cumpriram todos os requisitos da prisão comparecendo a todas as obrigações judiciais. Este é um dos principais pontos de divergência para o promotor. "Esse foi um dos fundamentos jurídicos do meu recurso porquê eles não tinham como deixar de comparecer as audiências já que estavam presos. Quem está preso é conduzido à repartição judicial para as audiências e portanto eles não tinham como faltar", conclui.
Decisão
O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio Nolleto, acatou a denúncia do Ministério Público e pronunciou ao Tribunal do Júri os oito envolvidos na morte do policial do Bope, Claudemir Sousa. Em decisão publicada nesta terça-feira (09) o juiz também revoga a prisão preventiva de todos eles, que agora aguardarão o julgamento em liberdade.
Na decisão, o magistrado justifica que a prisão já perdura mais de um ano, e nesse tempo os denunciados responderam regularmente ao feito, participando de todos os atos processuais aos quais foram intimados. "Dessa forma deve-se reconhecer que não persistem os motivos que autorizaram a manutenção das suas custódias", traz a decisão.
O crime
O policial foi executado com cinco tiros no dia 6 de dezembro de 2016, quando saía de uma academia no bairro Saci, na zona Sul. Na manhã do dia seguinte, cinco suspeitos já haviam sido presos, dentre eles Leonardo Ferreira Lima, suposto mandante. No apartamento dele a polícia apreendeu documentos que levaram o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) a suspeitar de fraude em aposentadorias junto ao INSS. No total oito suspeitos foram indiciados pelo crime.
Por Rayldo Pereira
Com informações do Cidadeverde