Matéria / Polícia

Preso 1º suspeito da chacina em festa de Fortaleza

Essa foi a maior chacina do Ceará, na qual 14 pessoas foram mortas.

28/01/2018 | Edivan Araujo
Equipes da delegacia especializada estão em diligências, visando identificar e prender todos os envolvidos no caso. / Foto: Reprodução Cidade Verde

Uma pessoa foi presa suspeita de participação na chacina que deixou pelo menos 14 pessoas mortas, na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), um fuzil foi apreendido.

A SSPDS afirma ainda que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizaram os primeiros levantamentos no local de crime. Equipes da delegacia especializada estão em diligências, visando identificar e prender todos os envolvidos no caso.

Conforme apurações, o fato ocorreu em uma casa de eventos, conhecida por “Forró do Gago“, na Rua Madre Tereza de Calcutá. Homens armados desembarcaram de veículos e efetuaram disparos de arma de fogo contra as pessoas no estabelecimento. Em seguida, empreenderam fuga. Foram confirmados 14 óbitos no local, sendo oito vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino.

Maior chacina do Ceará

Segundo a SSPDS, 14 pessoas foram vítimas de uma chacina na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. No entanto, outros órgãos já afirmam que o número seria maior: 18 mortes.

Pessoas armadas chegaram em carros e atiraram em outras que estavam na rua, sem qualquer alvo certo. Morreram clientes do local, trabalhadores que estavam vendendo lanches e até um motorista de um aplicativo de transporte de passageiros, que passava pela região.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram que a maioria das vítimas trata-se de mulheres. O caso teria sido um ataque de facção criminosa à comunidade de seus inimigos. Sobreviventes da chacina foram encaminhados ao Frotinha da Messejana.

Em áudios enviados via Whatsapp, pessoas relatam o caso. “Parece cena de filme, muita polícia no local, corpos caídos na calçada, dos dois lados da rua, dentro do carro, carros com marca de bala”, diz um dos áudios; “Aqui é uma casa de show, pelo menos cinco mortos dentro da casa de show”.

Já outras pessoas se identificam como moradoras da região e alertam colegas a não saírem de casa. “Não vão pro Forró do Gago, tá rolando bala aqui, invadiram aqui, fiquem por aí mesmo”; “Um bocado de gente morreu, pelo amor de Deus, fique em casa, morreu muita gente”.

Sinpol culpa governo por chacina 

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol), Francisco Lucas de Oliveira, foi duro em sua análise após a Chacina das Cajazeiras, que registrou pelo menos 14 mortos numa festa na madrugada deste sábado (27). Para ele, o novo massacre ocorrido em Fortaleza, pouco mais de dois anos depois do assassinato de 11 homens na Chacina da Messejana, é culpa do governo de Camilo Santana, por não ter agido no momento certo.

“Isso era previsível, extremamente previsível. E a culpa é do Governo do Estado, que no início de sua gestão optou por negar a existência das facções, ao invés de enfrentar o problema que já existia. As facções dominaram os presídios, e agora estão dominando as delegacias, tanto na capital como no interior”, criticou Francisco Lucas, em entrevista a TV Jangadeiro/SBT.

Em respeito às vítimas, o evento que seria realizado no Bairro Barroso, Feira Massa, foi cancelado.

Chacinas no Ceará

– Em janeiro de 2018, quatro homens foram mortos em chacina em uma casa, em Maranguape.

– Em outubro de 2017, quatro jovens foram assassinados no Bom Jardim.

– Em julho, quatro foram mortos em Paraipaba.

– Em junho, uma chacina em uma festa de aniversário deixou quadro adultos e uma criança mortos em Horizonte. Também

– Em junho, uma chacina em uma casa de praia no Porto das Dunas, em Aquiraz, deixou seis mortos.

– Em maio, três pessoas foram assassinadas e outras ficaram feriadas em chacina no Dias Macedo.

– Em fevereiro de 2017, seis pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas em chacina na Granja Lisboa.

– Em novembro de 2015, outro caso chocava o Ceará. A Chacina de Messejana, que deixou 11 pessoas mortas. Mais de 40 policiais militares foram denunciados.

Fonte: Tribuna do Ceará

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