Uma pessoa foi presa suspeita de participação na chacina que deixou pelo menos 14 pessoas mortas, na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), um fuzil foi apreendido.
A SSPDS afirma ainda que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizaram os primeiros levantamentos no local de crime. Equipes da delegacia especializada estão em diligências, visando identificar e prender todos os envolvidos no caso.
Conforme apurações, o fato ocorreu em uma casa de eventos, conhecida por “Forró do Gago“, na Rua Madre Tereza de Calcutá. Homens armados desembarcaram de veículos e efetuaram disparos de arma de fogo contra as pessoas no estabelecimento. Em seguida, empreenderam fuga. Foram confirmados 14 óbitos no local, sendo oito vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino.
Maior chacina do Ceará
Segundo a SSPDS, 14 pessoas foram vítimas de uma chacina na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. No entanto, outros órgãos já afirmam que o número seria maior: 18 mortes.
Pessoas armadas chegaram em carros e atiraram em outras que estavam na rua, sem qualquer alvo certo. Morreram clientes do local, trabalhadores que estavam vendendo lanches e até um motorista de um aplicativo de transporte de passageiros, que passava pela região.
Imagens divulgadas em redes sociais mostram que a maioria das vítimas trata-se de mulheres. O caso teria sido um ataque de facção criminosa à comunidade de seus inimigos. Sobreviventes da chacina foram encaminhados ao Frotinha da Messejana.
Em áudios enviados via Whatsapp, pessoas relatam o caso. “Parece cena de filme, muita polícia no local, corpos caídos na calçada, dos dois lados da rua, dentro do carro, carros com marca de bala”, diz um dos áudios; “Aqui é uma casa de show, pelo menos cinco mortos dentro da casa de show”.
Já outras pessoas se identificam como moradoras da região e alertam colegas a não saírem de casa. “Não vão pro Forró do Gago, tá rolando bala aqui, invadiram aqui, fiquem por aí mesmo”; “Um bocado de gente morreu, pelo amor de Deus, fique em casa, morreu muita gente”.
Sinpol culpa governo por chacina
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol), Francisco Lucas de Oliveira, foi duro em sua análise após a Chacina das Cajazeiras, que registrou pelo menos 14 mortos numa festa na madrugada deste sábado (27). Para ele, o novo massacre ocorrido em Fortaleza, pouco mais de dois anos depois do assassinato de 11 homens na Chacina da Messejana, é culpa do governo de Camilo Santana, por não ter agido no momento certo.
“Isso era previsível, extremamente previsível. E a culpa é do Governo do Estado, que no início de sua gestão optou por negar a existência das facções, ao invés de enfrentar o problema que já existia. As facções dominaram os presídios, e agora estão dominando as delegacias, tanto na capital como no interior”, criticou Francisco Lucas, em entrevista a TV Jangadeiro/SBT.
Em respeito às vítimas, o evento que seria realizado no Bairro Barroso, Feira Massa, foi cancelado.
Chacinas no Ceará
– Em janeiro de 2018, quatro homens foram mortos em chacina em uma casa, em Maranguape.
– Em outubro de 2017, quatro jovens foram assassinados no Bom Jardim.
– Em julho, quatro foram mortos em Paraipaba.
– Em junho, uma chacina em uma festa de aniversário deixou quadro adultos e uma criança mortos em Horizonte. Também
– Em junho, uma chacina em uma casa de praia no Porto das Dunas, em Aquiraz, deixou seis mortos.
– Em maio, três pessoas foram assassinadas e outras ficaram feriadas em chacina no Dias Macedo.
– Em fevereiro de 2017, seis pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas em chacina na Granja Lisboa.
– Em novembro de 2015, outro caso chocava o Ceará. A Chacina de Messejana, que deixou 11 pessoas mortas. Mais de 40 policiais militares foram denunciados.
Fonte: Tribuna do Ceará