O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio Nollêto, determinou a soltura do ex-tenente do Exército, José Ricardo da Silva Neto, que confessou ter assassinado a tiros sua namorada a estudante Iarla Lima Barbosa de 25 anos.
O crime ocorreu a madrugada de 19 de junho, na saída de um bar na zona Leste da capital. A decisão é da última sexta-feira (2) e deste então o ex-tenente do Exército encontra-se em liberdade condicional. Leia a sentença clicando aqui.
José Ricardo está preso desde o dia do crime quando foi encontrado no condomínio onde morava, no bairro Santa Isabel. No carro, que estava estacionado no mesmo local, ainda estava o corpo da jovem morta. Com ele foi apreendida a arma do crime, uma pistola calibre 380.
Na decisão o juiz determina como medidas cautelares que José Ricardo não pode se ausentar temporariamente ou definitivamente do município de sua residência, sem a devida autorização do Juízo; deve comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimado; comparecer mensalmente perante o juízo da Comarca de Recife (PE), para informar e justificar as suas atividades; recolhimento domiciliar no período noturno, a partir das 20h; não se envolver em nenhum outro delito e não frequentar casas de eventos.
A advogada da família Karla Oliveira, explica que a medida já era esperada pelos familiares. "Causa aquela sensação de impunidade e de indignação mas o Dr. Nollêto tão somente cumpriu a lei que determina que tendo bons antecedentes criminais, ele pode aguardar o Júri em liberdade", explicou a advogada.
O promotor Ubiraci Rocha informou que está de férias e ainda não tomou conhecimento da decisão. O promotor informou ainda que ao retornar analisará a decisão para as devidas providências.
Família lamenta
Procurado pelo Cidadeverde.com, o primo de Iarla, Jordy Mesquita afirmou que a família está abalada com a informação e desabafa. "Sentimento de dor, impunidade e revolta é o que fica", disse o jovem.
Ministério Público
O Ministério Publico denunciou o ex-tenente à Justiça por feminicídio.
Na denúncia, Ubiraci Rocha destacou que o crime foi cometido pelo menosprezo ou “discriminação à condição de mulher, haja vista a expressa manifestação de poder do acusado sobre a vítima, uma vez que estes mantinham uma relação amorosa (namorados), há apenas sete dias”.
O ex-oficial também foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado pelo feminicídio de Josiane Mesquita da Silva e Ilana Lima Barbosa, amiga e irmã [respectivamente] de Iarla que também teriam sido baleadas por ele.
O caso foi encaminhado ao Tribunal Popular do Júri de Teresina.
Por Rayldo Pereira
Fonte: Cidadeverde