Matéria / Polícia

Polícia investiga golpe de loja virtual em mais de 100 vítimas no Piauí

De acordo com a Polícia Civil do Piauí, as vítimas teriam perdido uma soma que pode chegar a R$ 400 mil. 

24/02/2018 | Edivan Araujo
Imagem: Reprodução / Foto: Cidadeverde

Mais de 100 pessoas no Piauí foram vítimas de um golpe praticado pela proprietária de uma loja virtual (Chez Gaby), que poderá responder pelo crime de estelionato. Os clientes realizaram a compra dos produtos, pagaram pela mercadoria, mas nunca receberam. De acordo com a Polícia Civil do Piauí, as vítimas teriam perdido uma soma que pode chegar a R$ 400 mil. 

O 12º Distrito Policial acompanha o caso. O delegado responsável pela investigação, Ademar Canabrava, preferiu não gravar entrevista, mas informou que pelo menos 40 boletins de ocorrência já foram registrados e que quatro intimações foram enviadas para a residência da proprietária da loja, identificada como Ana Gabriela, que não foi localizada. Somente nesta sexta-feira (23), dez vítimas do suposto golpe prestaram depoimentos. Até a próxima semana o inquérito deverá ser concluído. 

A loja de Ana Gabriela trabalha principalmente com produtos importados e possui apenas um perfil nas redes sociais. As negociações ocorriam por um aplicativo de mensagens e o valor dos produtos - referente ao pagamento - eram depositados na conta da mãe da proprietária (assista ao vídeo acima).

Uma das vítimas foi a empresária Tatiana Lívia dos Santos, que há três meses comprou um vídeo game para o filho, que nunca chegou a brincar com o produto. 

"Já passou natal, já passou ano novo, carnaval, e até o momento eu só recebo desculpas de que a 'caixa' vai chegar, o produto nunca chega. Para falar a verdade, eu não tenho mais expectativa nenhuma de receber. A única coisa que eu quero é o meu dinheiro de volta", desabafou a empresária.

Outra vítima foi a advogada Gina Bastos. Ela pagou o referente a R$ 9.300,00 por um notebook e um celular. Depois de cinco meses sem receber pelo produto, ainda no ano passado, ela pediu o dinheiro de volta, mas, até o momento, não foi reembolsada.  

"Ela disse que iria devolver em janeiro deste ano e fez a programação de dois depositados. Ela fez essa projeção e depois cancelou. Eu acredito que ela não tinha mais esse dinheiro. Depois falou que o pai dela iria ao banco resolver e na semana seguinte me pagaria. Eu não quero mais que isso, são R$ 9.300,00".

Para outra vítima, que preferiu não se identificar em entrevista ao Jornal do Piauí, a proprietária da loja chegou a falar que o pai, que seria responsável por entregar os produtos, iria vender alguns bens para poder quitar todas as dívidas. Essa vítima disse que o prejuízo chega a R$24 mil.

"Ele me ofereceu carro com motor batido para que eu vendesse e me pagasse. Me ofereceu que eu vendesse pedras e me pagasse. E me ofereceu terreno, que ele valeria R$ 20 mil, para eu vender por R$ 50 mil tirasse o meu débito e devolve-se o troco para ele. Ele não queria resolver, ele queria era me enganar", contou a vítima, que preferiu não se identificar.

Jornal do Piauí tentou contato com a proprietária, mas não obteve retorno. A produção tentou localizar os pais da jovem, para esclarecimentos, mas também não foram localizados. O Cidadeverde.com está com o espaço aberto para posteriores esclarecimentos. 

 

Por Carlienne Carpaso
Fonte: Cidadeverde

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