A vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (Progressistas), eleita deputada federal nas eleições deste ano, criticou as lideranças que "colecionam votos" no estado e disse que não votará em candidato que apoia a liberação das armas, se referindo ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Margarete declarou que votará em Fernando Haddad (PT).
Ela admitiu, em entrevista ao Jornal do Piauí de hoje, que será uma “opção de voto por exclusão”, mas que comunga do projeto de Haddad no tocante a sua preocupação com o investimento em educação. As declarações de Margarete Coelho surgem logo após o Diretório Nacional do Progressistas decidir pela liberação dos seus filiados para apoiarem o candidato que preferirem à presidência.
“Eu sou contra, absolutamente, a liberação do uso de armas. Eu não consigo me aliar a candidatos que tenham por base, por proposta, a liberação de armas. Eu sou a favor de uma cultura de paz de uma segurança preventiva. [...] Eu faço uma opção por exclusão e o Haddad tem uma questão que me atrai, que é ele ser muito ligado a educação. Acho que a melhor experiência de vida dele foi como ministro da educação. Ele trouxe várias políticas inovadoras, que ajudaram a desenvolver a educação”, afirmou Margarete Coelho.
Segundo a vice, a decisão do partido já estava posta desde o primeiro turno, porque realmente há essa divisão interna em relação ao apoio para o candidato a presidente. “Os do Sul mais ligados ao Bolsonaro e os do Nordeste mais ligados ao Haddad. Eu acho que foi importante que o partido tomasse essa decisão de deixar que isso acontececesse. Aprofundar essa divisão nesse momento não seria bom”, observou.
Margarete Coelho informou que recebeu votos em 222 dos 224 municípios do Estado e que vai avaliar os motivos de não ter recebido somente em duas cidades. “Em apenas dois municípios eu não tive voto, vou avaliar porque não, vou fazer uma visita aos dois, mas estou muito agradecida por toda a votação que eu tive [...] Foi muito bonito isso, esse reconhecimento de um trabalho que eu fiz como vice-governadora e como deputada estadual e de uma mensagem que e4u optei por levar”, falou.
"Não faço política de colecionar apoios"
De acordo com a deputada federal eleita, sua campanha eleitoral não “colecionou apoios” como acontece em muitos casos e por isso, algumas pessoas achavam um pleito difícil de ser vencido para ela, em um espaço pequeno de tempo. Ela acredita que os votos direcionados a ela foram de “opinião”.
“Muita gente achava complicada a minha eleição porque que não faço aquela política de colecionar apoio, de colecionar colégios eleitorais, de colecionar prefeitos, vereadores. Claro que esses apoios são importantes, mas eu sempre preferi essa coisa mais abrangente, de ter pautas mais universais, mais abertas, um outro discurso. Os meus votos foram de opinião, eu tenho certeza disso. Eu não tinha estrutura de tempo de campanha para fazer esse voto trabalhado”, destacou a vice-governadora.
Por Lyza Freitas
Fonte Cidadeverde