A retirada do piso da catedral de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos, a 307 km ao Sul de Teresina, tem causado polêmica no município. A obra chegou ao conhecimento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que já anunciou uma fiscalização no local nesta terça-feira (23). Uma equipe da Secretaria de Cultura do Estado também visitará Picos.
"Lá está havendo uma reforma e está sendo retirado parte do piso - que é de ladrilho hidráulico - um piso que tem valor histórico. Nós do Conselho não tínhamos o conhecimento. A gente soube pelas fotos e pelas manifestações dos colegas arquitetos da cidade que a medida foi exagerada", disse o presidente do CAU, Wellington Camarço.
O presidente disse ao Cidadeverde.com que o órgão também acionou o Ministério Público sobre a obra. "Estamos encaminhando nesta terça uma equipe do Conselho pra lá, acompanhada da Secretaria de Cultura. Acionamos também o Ministério Público, que talvez possa até ter mais informações. Neste momento, o CAU Piauí prefere pecar por excesso do que pela ausência. Estamos vendo pelos colegas uma preocupação e revolta muito clara em perder parte da história. Fomos acionados e temos que buscar a resposta correta", explicou.
Além do piso, que será substituído por granito - o presidente relatou que os vitrais da igreja também estão sendo retirados. "Junto com isso vai parte da história da igreja, um dos prédios mais bonitos do Piauí. Vamos ver lá se todo o trâmite ocorreu de forma normal e se o piso precisava ser trocado - o que eu acho muito difícil - já que ladrilho é muito resistente. Todas as igrejas de Teresina têm e são bem mais antigas do que a de Picos", informou.
Segundo o CAU, a Catedral de Picos começou a ser construída em 1948. A obra só terminou em 1968, 20 anos depois. Entre as maiores do Nordeste, a arquitetura é em estilo gótico.
O Padre Francisco Pereira Borges, conhecido como Chiquinho, disse à TV Cidade Verde que não vai falar sobre o assunto, mas adiantou que a obra está sendo feita seguindo orientações de um arquiteto enviado pela Conferência Nacional dos Bispos Do Brasil, a CNBB.
Por Hérlon Moraes
Fonte: Cidadeverde