O policial militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, também é apontado pela polícia como autor de outros três homicídios em Teresina. Na manhã desta segunda-feira (27), Francisco passou por audiência de instrução e julgamento acusado de matar o cabo da Polícia Militar, Samuel Borges, na frente do filho de nove anos de idade.
No turno da tarde a audiência foi adiada após alegação da defesa de Francisco Ribeiro, sendo postergada a decisão do juiz se o réu vai ou não para Júri Popular.
Além do PM Samuel, o policial maranhense é suspeito de assassinar dois jovens no dia 6 de dezembro de 2018 no bairro Pedra Mole. As vítimas eram os primos Pedro Henrique de Sousa Florência, de 20 anos, e Diego Armando Alves do Nascimento, de 16. Os jovens, que não tinham passagem pela polícia, estavam em uma moto quando foram perseguidos por um motoqueiro armado com uma pistola ponto 40 que foi disparada contra eles.
Meses antes, no dia 16 de agosto, outro homicídio foi registrado na região. Felipe da Silva Araújo, 30 anos, foi executado na avenida Josué de Moura Santos por disparos de mesmo calibre.
A coordenação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que Francisco confessou o crime contra os jovens, mas negou envolvimento com a morte de Felipe.
“Ele é um assassino frio. Ele reconhece a morte dos outros dois. Diz que foi uma tentativa de assalto. Também não encontramos nenhuma ressonância”, informou o delegado Francisco Baretta.
Francisco Ribeiro dos Santos prestou depoimento duas vezes, uma na Penitenciária Irmão Guido, onde está custodiado, e outra no DHPP. “Ele alega que na época da morte de Felipe a arma não estaria com ele, teria sido roubada. No entanto, não há um boletim de ocorrência que confirme”, revelou Baretta.
A perícia chegou a suspeita por meio da análise das capsulas balísticas encontradas no local dos crimes. De acordo com os exames de criminalista da Polícia Civil, os projéteis saíram da arma apreendida com Francisco Ribeiro. As investigações do DHPP não descartam o envolvimento do policial militar com a milícia.
Julgamento
O promotor de Justiça que trabalha no caso, Ubiraci Rocha, explica que a tese de legítima defesa apresentada pela defesa do PM não condiz com os fatos apresentados. “Improcedente, ele deu três tiros na vítima, sendo que um dos disparos foi dado quando a vítima já estava no chão”, revelou. Ubiraci também apontou que as testemunhas apresentadas pela defesa não estavam na cena e apenas alegam fatos para a inocência do policial.
Os advogados do PM informaram que só vão se pronunciar após o julgamento.
Valmir Macêdo (com informações de Tiago Melo)