Matéria / Polícia

Suspeitos de falsificar cheques são presos em banco

De acordo com o delegado Tales Gomes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) o material era usado para falsificação dos cheques.

01/08/2019 | Edivan Araujo
Documentos apreendidos pela polícia / Foto: Divulgação/ Greco

Dois homens e uma mulher foram presos dentro de uma agência bancária na Avenida Frei Serafim, no Centro de Teresina, com centenas de folhas de cheque em branco. De acordo com o delegado Tales Gomes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) o material era usado para falsificação dos cheques.

"Os investigados conseguiam os dados bancários de correntista com saldos elevados, falsificavam os cheques e efetuavam o saque nos caixas das agências após apresentação dos cheques", disse o delegado. 

Os presos foram identificados como Miguel Nunes da Silva, natural de Goiás,  Moacir da Silva  e Maria Silva Nunes, ambos de São Paulo. 

Foto: Divulgação/ Greco

O delegado acrescenta que, além das centenas de folhas de cheque em branco, no carro dos suspeitos foram encontrados material usado para clonagem dos cheques e no hotel em que estavam hospedados foram apreendidos documentação pública falsificada e uma máquina destinada à impressão dos cheques falsificados. 

O trio deve responder por associação criminosa e uso de documento falso. 

VÍTIMAS

Segundo o delegado Daniell Pires, responsável pelo inquérito policial, os suspeitos fizeram, pelo menos, sete vítimas em Teresina. Por meio do esquema, somente na quarta-feira (31), eles teriam conseguido sacar R$ 3 mil. 

"Eles começaram a aplicar o golpe na última segunda-feira e foram em média três cheques por dia. Fizeram vítimas na segunda, terça e na manhã de quarta. Em tese foram sete vítimas", explica Pires. 

O delegado dá ainda detalhes de como funcionava o esquema criminoso. Entre os equipamentos apreendidos estão uma máquina que falsificava a assinatura dos correntistas e outra que “apagava” os dados da folha do cheque original. Os suspeitos de estelionato conseguiam os dados bancários dos correntistas , falsificam os cheques e efetuavam os saques “na boca do caixa”.

"Eles pegavam talões de cheques roubados ou furtados em qualquer lugar do Brasil. Então, usavam uma máquina para apagar os dados e deixar apenas a logomarca e o número do banco. Depois disso, viajavam para uma cidade, conseguiam xerox de talões de cheques de pessoas que tinham contas bancárias. Assim, através de um notebook e uma impressora, faziam as impressões e depois pegavam a assinatura, colocavam em uma outra máquina que fazia com 'precisão cirúrgica' uma cópia da assinatura do proprietário do talão de cheque", conclui Daniell Pires. 

Foto: Divulgação/ Greco

 

ESCRITÓRIO VOLANTE

O coordenador do Greco acrescenta que os suspeitos tinham uma espécie de “escritório volante” para clonar cheques. 

No carro apreendido no estacionamento de uma farmácia, ao lado do banco, a polícia encontrou notebook, impressora e inversor de voltagem ligado direto na bateria do veículo.

“São pessoas que já respondem por estelionato nos estados de São Paulo e Goiás. Eles usavam  um escritório volante para fazer preenchimento e impressão dos cheques clonados”, conta o delegado, acrescentando que os suspeitos estavam há dez dias em Teresina e sacavam valores de até R$ 10 mil “para não levantar suspeitas”.

Maria Cristina da Silva Nunes, Moacir da Silva, Miguel Nunes da Silva permanecem presos e a polícia pede que quem tiver tido cheque clonados nos últimos dez  dias procure o Greco.

O Greco disponibiliza o contato 86 9 9978-0749 para denúncias anônimas. 

 

Graciane Sousa e Izabella Pimentel 
Por Cidadeverde

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