Os partidos políticos da cidade de Picos já começam a se preparar para as eleições municipais de 2020, que já vem sendo considerada como um pleito atípico. Isso porque de acordo com a reforma política aprovada em 2017, no próximo ano as legendas não poderão se coligar para disputarem vagas de vereadores. As coligações ficarão restritas as chapas majoritárias, ou seja, na disputa de prefeito.
Sem as coligações proporcionais, cada partido tem a responsabilidade de formar chapas fortes e competitivas. Na Câmara de Vereadores de Picos, as previsões apontam para uma redução no número de partidos que ocuparão cadeiras na Casa a partir do próximo ano.
Segundo os comentários de alguns vereadores com mandato na casa, a coisa vai ficar feia para aqueles candidatos que buscam um partido pequeno para se dar bem, pois como as coligações não serão mais possíveis, é possível que os caroneiros terão que seguirem para os partidos maiores, o que dificultará as suas reconduções a Câmara.
Para o vereador Dedé Monteiro (PPS), se na eleição passada já foi difícil conseguir se eleger, imagina agora sem as coligações proporcionais, pois aqueles candidatos que procuram legendas menores para se darem bem, vão suar muito, pois as portas estão sendo fechadas para muitos deles, disse ele.
Vereador Dedé Monteiro
Fim da fragmentação
O fim das coligações vem sendo chamado como a seleção natural dos partidos. Irão sobreviver os mais fortes e com melhor capacidade de organização para formar uma chapa competitiva. A mudança reduziria o número de legendas no país.
Os críticos da mudança afirmam que o fim das coligações enfraqueceria a democracia. Partidos que representariam as minorias seriam extintos.
Teto de votos
Outra mudança que o fim das coligações traz é o chamado teto de votos. Os partidos precisam apresentar nomes para fechar a chapa proporcional com 44 candidatos. Entre estes nomes, alguns terão mandatos, viabilidade de muitos votos, e outros terão menor expressividade.
O teto limita a presença de candidatos com muitos votos na chapa. Isso porque esses nomes competitivos podem atrapalhar a participação de candidatos com menor expressão de voto. E estes últimos são muito importantes para que o partido consiga atingir o coeficiente eleitoral.
Laranja
Outro ponto que levanta discussão é sobre as candidaturas femininas. Em uma chapa com 44 candidatos, 13 precisarão ser mulheres. Muitos partidos devem enfrentar problema para preencherem a cota de 30% porque historicamente não incentivam a participação de mulheres.
Após as eleições municipais de 2016, o país acompanho diversas denúncias de candidatura laranja de mulheres, inclusive no Piauí. Para 2020, os partidos precisam que esse 30% seja preenchido com candidaturas reais. Caso contrário, podem não atingir o coeficiente eleitoral.
Texto Por Lídia Brito / Cidadeverde
Texto complementar: Portal AgoraED