Por Jailson Dias
Nem tudo o que se joga fora pode ser chamado de lixo, pelo contrário, pode-se fazer dinheiro a partir disso. Foi apostando nessa ideia que o empreendedor Luís José Rodrigues Filho, 46 anos, decidiu trabalhar com a coleta seletiva de papelão, papel e plástico usado em embalagens. Materiais descartados em larga escala em Picos e da qual se pode montar um negócio, justamente o tipo de empresa que faltava na cidade.
Em entrevista ao Folha Atual Luís José explicou que a ideia de montar uma empresa que explore esse setor veio de uma viagem feita a casa da sua irmã em São Paulo. Lá, ele tomou conhecimento da coleta seletiva. A irmã do empreendedor seleciona o material e destina para as empresas que desenvolvem o trabalho de reciclagem. Dessa forma o lixo é transformado em dinheiro.
Luís José voltou a Picos e montou a sua empresa “Renovar Coleta Seletiva” em fevereiro desse ano. Ele disse ser um empreendedor, tendo sido vendedor, camelô, dono de sites de comparação de preços, dono de empresa. Portanto, essa experiência o motivou a iniciar sozinho, e hoje dispõe dos serviços de cinco funcionários. “Não tinha estrutura nenhuma, não sabia a demanda desse material, totalmente sem conhecimento, caí em campo, metendo a mão no lixo, literalmente, vendo quanto material era desperdiçado nas ruas”, comentou.
Ao longo desses meses ele vem buscando parcerias com as empresas locais, destacando lojas e supermercados. A rotina é muito puxada. A coleta começa às 12h00 e se estende até as 21h00, de segunda-feira a sábado.
Além da contratação dos funcionários, ele alugou dois galpões na Rua Ricardo Cassiano Dantas, bairro Boa Sorte. Até o momento nenhuma representante da Prefeitura de Picos o procurou, mas ele se mantem aberto às parcerias com o poder público. “Estamos trabalhando e gerando emprego e renda na cidade”, frisou.
Após a coleta do material, é feita a separação dos compostos orgânicos. Estes são encaminhados para a coleta por parte da Prefeitura. “Nós separamos o papelão e ele passa por um processo de prensa, para diminuir seu volume e aumentar o seu peso; da mesma forma acontece com o plástico, que passa pela triagem, para compactar e vender para as empresas”, explicou.
O plástico já é vendido para empreendimento aqui de Picos, enquanto o papelão é inteiramente vendido para empresas de outras cidade. Todo esse material é reciclado. Mesmo com a existência da matéria prima, Luís José explica que é preciso produzir muito. “Hoje eu não colho resultados ainda, estou apostando no futuro, investindo, trabalhando e firmando parcerias”, comentou.
Por mês ele afirmou que já coleta 50 toneladas de papelão, papel e plástico. Todo esse material poderia ser destinado apenas ao “Aterro Sanitário” da cidade, mas passou a ser reaproveitado. Produtos como o plástico, levam até 450 anos para desaparecer. A coleta seletiva, algo pouco praticado em Picos, deve ser considerado como uma saída viável.
Recentemente o prefeito Pe. Walmir Lima e o empresário Raimundo Filho, durante solenidade de regularização de terrenos no Parque Industrial da cidade, localizado no bairro Pantanal, falaram sobre a necessidade de empresas que explorem a reciclagem de lixo. Como foi destacado na matéria, essa iniciativa foi adotada.
Fonte: Folhaatual