Matéria / Polícia

Mulher é torturada e mantida em cárcere privado no Piauí

A vítima foi torturada pelo marido segundo a polícia

20/12/2019 | Edivan Araujo
Quarto que a vítima ficou por oito dias em cárcere privado / Foto: Cidadeverde

Uma professora de 38 anos denunciou a Polícia Civil do Piauí que foi mantida em cárcere privado por oito dias dentro da própria residência no município de Altos (a 37 km de Teresina, capital do Piauí).

A vítima de iniciais E.S.M.A, 38 anos, relatou que foi torturada, pelo marido e viveu momentos de  terror. A Polícia apreendeu um vídeo que mostra a vítima de joelho, nua, amarrada em uma árvore, e o agressor jogando gasolina no corpo dela ameaçando atear fogo. Dois celulares foram apreendidos do marido da vítima e principal suspeito.

O irmão da vítima, Ernandes Sousa Monteiro, informou que o acusado passou a torturar a irmã por não aceitar o fim do relacionamento e  desconfiar de mensagens no aparelho celular.

“Ele deixava ela presa no quarto e só saia se fosse com ele, cortou parte do cabelo dela com faca e ameaçava de morte. Durante esse período ela foi torturada, agredida, chegou a filmar uma ameaça de atear fogo nela. São cenas de horror, de terrorismo”, disse o irmão.

A vítima e o marido são casados e tem um filho.

Em depoimento, a mulher contou que só era autorizada a sair com ele e não era para avisar a família da violência.

Ernandes Monteiro disse que a família tomou conhecimento do crime quando o pai foi visitá-la e no descuido do agressor, ela avisou que estava sendo mantida em cárcere privado. “Ela disse: me tire daqui, me salve, ele vai me matar”.

O pai foi até a delegacia da cidade e denunciou o contabilista. Ele foi preso em flagrante, mas na audiência de custódia foi liberado com medida protetiva de não se aproximar da vítima.

O delegado Tomaz Aquino, que preside o inquérito, disse que terá 30 dias para investigar as denúncias e terá toda cautela.

“Vamos ouvir testemunhas, determinamos perícia nos dois celulares do suspeito e nas imagens apreendidas. São denúncias graves e já adotamos medidas para manter a integridade da vítima”, disse o delegado.

Com medo do marido, a professora e o filho de 20 anos saíram do estado do Piauí. O delegado disse que o suspeito não tem passagem pela Polícia e nem a vítima tinha boletim de ocorrência contra ele.

O portal Cidadeverde.com tentou falar com a defesa do suspeito, mas não conseguiu.

 

Fonte: Cidadeverde 

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