O Ministério Público do Piauí abriu um inquérito civil para "apurar lesão coletiva a consumidores praticada pela empresa Expresso Princesa do Sul". A abertura é "decorrente de deficiências na prestação do serviço de transporte coletivo intermunicipal de passageiros", diz a decisão.
O processo teve início no dia 12 de dezembro de 2019, três dias após grave acidente envolvendo um ônibus da empresa matar duas passageiras e deixar vários feridos. Esse não é o primeiro acidente envolvendo a empresa no estado. Em maio do ano passado, um ônibus desceu uma ribanceira e tombou.
O acidente no mês passado mais uma vez reacendeu a discussão sobre a qualidade do serviço prestado pela empresa no Piauí. Muitos passageiros que necessitam viajar pela empresa alertaram o medo nas viagens e denunciaram a estrutura dos ônibus ao Cidadeverde.com.
Dentre os passageiros está a professora Gabriela Alves. "Sempre que eu viajo no ônibus dessa empresa fico com medo. Sempre acontece algo e fico com receio do pior. Uma vez quebrou em um dia de feriado, a tarde, ficamos no sol porque o ar-condicionado pifou e não tinha como ficar dentro. Outra vez o bagageiro abriu sozinho e as malas saíram caindo pela estrada. Os ônibus estão quase sempre com algum problema", diz.
O assessor jurídico da empresa, advogado Ribamar Neves, também chefe de transporte, afirmou que a Princesa do Sul está renovando e ampliando a frota de ônibus para melhor atender às necessidades dos seus passageiros. Além disso, ressaltou que já tomou conhecimento da ação do MPPI e a empresa está analisando cada detalhe do processo.
Ribamar acrescentou que, recentemente, dois novos ônibus foram adquiridos. Outros dois deverão chegar até fevereiro de 2020. "Hoje estamos com cerca de 20 ônibus na frota. Esses novos ônibus vão ajudar a melhorar a qualidade do serviço, e permitirão que os demais ônibus tenham uma manutenção mais detalhada e minuciosa porque poderão ficar mais tempo na revisão e garantir mais segurança". Os novos ônibus fazem linha para São Raimundo Nonato e Baixa Grande do Ribeiro.
Sobre os acidentes, o advogado rebate que decorre de problemas mecânicos. "Os acidentes que ocorreram não fazem referência a falta de manutenção. Todos os dias quando os carros chegam na garagem em Teresina passam por uma revisão na qual os motoristas fazem uma ordem de serviço mediante qualquer problema. Temos vários mecânicos. Os acidentes possuíram como fator gerador condições adversas, como as condições das vias, buracos, animais nas pistas, má sinalização".
"Estamos atentos as recomendações e vamos observar os pedidos feitos (pelo Ministério Público) para procurar alinhar os pontos e melhor prestar o serviço aos clientes", finalizou.
Com Informações do Cidadeverde