O prefeito Firmino Filho (PSDB) voltou a chamar a atenção da população de Teresina para a gravidade de uma possível expansão do novo coronavírus na capital. Ele criticou o aumento no fluxo nas ruas, registrado nessa terça-feira (31) e apontou para um "cenário catastrófico" caso o isolamento social determinado em lei continue sendo desrespeitado.
“Quando a gente bate nessa necessidade do isolamento social, a gente está fazendo essa conscientização para que a população internalize que nós não temos outra alternativa. Os cenários que estão postos para todos nós são cenários catastróficos e a gente precisa se preparar”, alertou assinalando a necessidade de reduzir ao mínimo o funcionamento da cidade.
Segundo Firmino, o fluxo de passageiros nos transportes coletivos aumentou em três mil usuários de segunda-feira (30) para terça (31). Ele defendeu a possibilidade de suspensão do transporte caso o fluxo continue aumentando e pediu que a população denuncie aglomerações.
“É necessário que a gente possa reforçar a nossa prática de fiscalização, a população deve denunciar no 153, para que a Guarda Municipal possa agir. É necessário também consciência por parte de todos nós”, disse.
Nesta quarta-feira (1), a Guarda Municipal conduziu à Central de Flagrantes o gerente de operações de uma fábrica de cerveja por descumprimento do decreto da Prefeitura de Teresina. A empresa estaria distribuindo bebida alcoólica, o que é não é permitido.
O prefeito também chamou a atenção para contatos com moradores de estados em estado crítico, a exemplo do Ceará onde Fortaleza é o atual maior ponto de propagação da Covid-19 no Nordeste. Os quatro casos de óbitos por Covid-19 no Piauí tem alguma relação com o Ceará. “Buscar minimizar contatos com outros estados, principalmente com o Ceará que está passando por um grave momento”, disse Firmino.
O prefeito de Teresina ainda citou São Paulo como uma espécie de termômetro para o Brasil. A previsão das autoridades paulistas e federais, segundo Firmino, é que haja uma ascensão do vírus principalmente na segunda quinzena de abril .
“Por isso focar no que está acontecendo em São Paulo. Os outros estados, outras cidades, médias e grandes, estão em outra posição inicial da curva então eventualmente o que acontecer em São Paulo poderá acontecer em outras cidades. É exatamente por isso que a gente está olhando com muita atenção para São Paulo”, avaliou.
De acordo com levantamento da Prefeitura de Teresina, baseada em pesquisa do Imperial College de Londres, se levado em consideração o percentual da população infectada pelo vírus em outros países (60%) e o total de óbitos dentre os infectados (1%), o Piauí poderia chegar a 18 mil mortos com sua população de aproximadamente três milhões de pessoas, caso não se adote as medidas de prevenção.
O prefeito Firmino Filho garantiu nesta quarta-feira (1) que nos próximos dias será ampliada a testagem para a Covid-19 na população de Teresina. A medida pretende mensurar o índice agregado de infecção na cidade para o rastreamento epidemiológico da doença.
O prefeito explica que a testagem vai funcionar como uma pesquisa eleitoral ao apontar uma estimativa do universo populacional a partir de um grupo de pessoas.
“Com isso podemos ter um indicador que, ao longo do tempo, nos permita perceber qual o percentual da população que está infectada por esse vírus. Isso é importante para nos tirar dessa escuridão. Porque hoje, sem uma testagem em massa, os dados que nós temos são muito restritos. São dados referentes àqueles pacientes que estão internados nos hospitais, exatamente por isso que eles dizem muito pouco sobre a população como um todo”, explicou.
Os testes possuem um protocolo. Antes de serem descentralizados, irão atender prioritariamente profissionais da saúde, internados e contatos próximos a infectados. A previsão é que os testes descentralizados comecem até o próximo final de semana.
“Sendo possível, queremos começar nesse final de semana ou no próximo. Estamos trabalhando para que tenhamos nessa primeira quinzena de abril esse início dessa testagem agregada”, afirmou.
Por Valmir Macêdo
Fonte: Cidadeverde