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ARTIGO DE OPINIÃO: Refletir sobre a presença da mulher na ortopedia é essencial

Sara Portela, primeira ortopedista no Piauí, com foco em cirurgia do ombro e cotovelo

08/03/2021 | Redação
Sara Portela, primeira ortopedista no Piauí, com foco em cirurgia do ombro e cotovelo / Foto: Ascom

Por: Sara Portela, primeira ortopedista no Piauí, com foco em cirurgia do ombro e cotovelo.

Garantir a representação da mulher em todos os segmentos sociais se faz tão importante quanto imprescindível para potencializar nossas conquistas políticas, culturais e sociais. A atuação feminina tem crescido profissionalmente em trabalhos que são considerados “masculinos”, mas precisamos avançar. E embora o número de mulheres na sociedade seja superior ao de homens (cerca de 51,8%), nossa atuação em algumas especialidades médicas ainda é pequena, como na ortopedia.

A realidade é que muitos ainda veem a ortopedia como uma especialidade designada para homens. Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil, de mais de 14 mil profissionais ortopedistas, apenas 6,5% são mulheres. Dessa forma, os dados revelam que essa é a segunda especialidade médica em que há maior desigualdade de gênero. O cenário ainda nos preocupa e merece atenção, para que ampliemos o número de mulheres na área.

Com o envelhecimento da população, a ortopedia tem crescido e mostrado sua necessidade cada vez maior. Um ponto fundamental para compreensão de como ela ainda tem entraves de gênero (mesmos com os avanços) é que apenas em 2018 a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) teve sua primeira presidente. A informação merece atenção principalmente pela SBOT já ter 85 anos de existência.

Enquanto pioneira da ortopedia no Piauí, reconhecida pela SBOT, tenho consciência que essa reflexão é essencial, sobretudo no mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher e também por observar a surpresa que muitas pessoas demonstram em ver uma mulher ortopedista. Essa é uma data importante, especialmente no contexto social em que vivemos. Comemoramos nossas lutas, avanços; nos articulamos para acabar com discriminações, como no trabalho. É preciso entender a sutileza do olhar feminino na condução do atendimento e na assistência ao seu paciente.

A ortopedia é uma profissão que remota da antiguidade. Ela já passou por muitos avanços e continua o seu aperfeiçoamento. Portanto, é preciso extinguir modelos sociais que nos excluem, dirimindo estigmas que travam nossa atuação. Que possamos nos unir e fazer nossa voz ser ouvida. Sempre!

Fonte: Ascom

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