Três trabalhadores piauienses foram resgatados em situação análoga a de escravidão no município de Cristino Castro, no Sul do Piauí.
O resgate ocorreu na semana passada e faz parte do trabalho da Operação "Resgate II" que aconteceu no Piauí e em outros 22 Estado e no Distrito Federal e resultou na liberação de 337 trabalhadores.
No Piauí, as fiscalizações foram realizadas pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Defensoria Pública da União.
“Chegamos a receber algumas denúncias de trabalho escravo na região, mas algumas não se concretizaram. No entanto, encontramos esses trabalhadores em situações degradantes no município de Cristino Castro. Fizemos a autuação para que eles fossem resgatados e tivessem seus direitos resguardados”, explicou o Procurador-Chefe do MPT-PI, Edno Moura, que coordenou a operação.
Segundo o procurador, as condições em que os trabalhadores foram encontrados eram totalmente degradantes.
Os trabalhadores estavam alojados em barracas de lona, em uma propriedade, mas não havia disponível banheiros, sem local de preparação de alimentos.
“Eles também dormiam ao relento e sem nenhum tipo de privacidade, nem mesmo para fazer suas necessidades fisiológicas”, descreveu Edno Moura.
Os três trabalhadores haviam sido contratados para atuarem no serviço de roçagem de área para pasto.
Além da falta de condições no alojamento, os trabalhadores não tinham os direitos salariais resguardados.
O Ministério Público do Trabalho busca agora um termo de Ajuste de Conduta com o empregador com o consequente pagamento das indenizações devidas.
Com os três resgates em Cristino Castro, o MPT-PI já contabiliza 13 resgates de trabalhadores somente este ano. No início do mês, outros 10 trabalhadores já haviam sido resgatados nos municípios de Currais e Palmeira do Piauí.
Eles estavam em situação análoga a de escravidão, atuando em fazendas com a catação de raízes.
Além desses, outros cinco trabalhadores, sendo quatro de Oeiras e um de União, foram resgatados pelo Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul também este mês.
Eles estavam atuando no plantio de cana de açúcar. Em todas as situações, o MPT atuou no sentido de retirar os trabalhadores do local e garantir os pagamentos das indenizações e incluí-los para receber o seguro-desemprego, totalizando três parcelas de um salário mínimo, cada.
Fonte: GP1 de Teresina