Matéria / Polícia

Jovem resgatada de cárcere privado quer reencontrar família e voltar a estudar

Mãe da vítima, Maria do Socorro lembra com tristeza as condições em que a filha era mantida por essa pessoa da família e a emoção do reencontro

24/05/2023 | Redação
Jovem resgatada de cárcere privado quer reencontrar família e voltar a estudar / Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Após ser resgatada da casa onde trabalhou em regime analogo a escravidão e sofria agressões, Janaína dos Santos, 27 anos, faz planos para a nova vida. Em entrevista ao Cidadeverde.com nesta quarta-feira (24), a jovem falou da ansiedade em retornar para próximo da sua família. Entre os projetos para o futuro também está o de voltar aos estudos e conseguir um emprego digno. 

“Estou muito feliz. Muito feliz mesmo. Agora vou poder voltar para minha casa, para perto da minha mãe, das minhas irmãs e do meu pai. Estão todos me esperando. Meu plano para o futuro é estudar e procurar um emprego para eu ter o meu dinheiro”, contou a jovem. 

Janaína dos Santos foi resgatada, do carcere privado e sob tortura por cerca de 15 anos. 

Mãe da vítima, Maria do Socorro lembra com tristeza as condições em que a filha era mantida por essa pessoa da família e a emoção do reencontro. As duas aguardam a conclusão do inquérito policial para comprar as passagens de volta ao povoado Veredão, na zona rural de Chapadinha, no Maranhão. 

“Ela era maltratada. Até o cabelo dela, que penteei ontem, estava cheio de nó. Agora estou muito feliz. Lá em casa estão todos emocionados, ligando toda hora para saber notícias. A irmã dela está louca para se encontrar com ela. Fazemos chamada de vídeo e elas estão todas alegres”, disse a mãe.

Mãe e filha estiveram nesta quarta-feira (24) na sede do 6º Distrito Policial, em Teresina, para complementar os depoimentos do dia anterior. Segundo o delegado Odilo Sena, cerca de dez pessoas ainda devem ser ouvidas na condição de testemunhas no inquérito policial. 

“Vamos ouvir vizinhos e uma empregada doméstica que também passou pela casa e que teria testemunhado as agressões. Para concluir o inquérito também queremos ouvir alguns familiares, como uma pessoa que mora em Brasília e a irmã dela, que mora em Chapadinha”, destacou o delegado. 

A vítima vivia em condições degradantes desde os 12 anos. Ela era proibida de frequentar a escola, praticamente, não tinha autorização para sair e foi impedida de retornar para casa dos pais. Ela também relatou que as agressões e ameaças de morte eram diárias.

Por Breno Moreno

Fonte: Cidadeverde

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