De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca de 20 milhões de pessoas com diabetes. Essa doença é caracterizada como um problema de saúde que ocorre quando o corpo não produz insulina ou não a utiliza corretamente. Vale dizer que ela pode afetar, inclusive, a visão das pessoas. Entre as complicações mais comuns, destacam-se a retinopatia diabética (alteração na retina/"fundo do olho") e a catarata precoce. Por isso, é fundamental que, especialmente quem possui essa doença, procure fazer exames e acompanhamentos periódicos com oftalmologistas.
Com relação ao comportamento da doença, a Dra. Raquel Fonseca, médica do Vilar Hospital de Olhos e que atua na área retina, explica que os níveis elevados de glicemia no sangue podem causar lesões nos vasos sanguíneos da retina, o que resulta em diversas complicações secundárias, como hemorragias, edema (inchaço), isquemia (falta de oxigênio) e até mesmo descolamento da retina por tração. “Embora algumas manifestações, como visão embaçada e a presença de pontos ou manchas no campo visual possam ocorrer, é essencial que os pacientes diabéticos compreendam que a presença desses sinais pode indicar que o comprometimento ocular já está avançado”, alerta.
A médica acrescenta que o acompanhamento regular de todos os pacientes diabéticos por um oftalmologista — com a realização do exame de mapeamento de retina — é fundamental para o monitoramento e a detecção de alterações iniciais. “Isso permite a realização de um tratamento precoce, o que evita que os danos e a baixa visual se tornem irreversíveis. A retinopatia diabética pode gerar sequelas permanentes, levando à baixa visão definitiva e até mesmo à perda completa da visão”, observa.
Fatores que contribuem para a retinopatia diabética
Importante ressaltar que os dois principais fatores que contribuem para o aparecimento e a progressão das complicações oculares são o descontrole da diabetes e o tempo de duração da doença. “Quanto mais descontrolada estiver a diabetes e maior for o tempo em que o paciente convive com a doença, maiores serão as chances de problemas oculares”, explica a Dra. Raquel. Além disso, observa que a “diabetes é a principal causa de cegueira em pacientes em fase laborativa, ou seja, pessoas que ainda estão ativamente no mercado de trabalho. Essa situação traz um custo financeiro elevado não apenas para os pacientes diabéticos e suas famílias, mas também para a sociedade como um todo, impactando a qualidade de vida e a capacidade de contribuição desses profissionais”, endossa.
Confira orientações para evitar boa saúde visual:
• Manter um acompanhamento regular com o(a) endocrinologista;
• Controlar rigorosamente os níveis de glicemia;
• Realizar exames oftalmológicos regulares (com inclusão de mapeamento de retina), com frequência anual ou em intervalos mais curtos, caso alguma alteração na retina seja detectada no primeiro exame. Nesse último caso, o intervalo será definido de acordo com o estágio da retinopatia diabética identificado;
• Adotar uma alimentação adequada para o paciente diabético, preferencialmente com o acompanhamento de um nutricionista;
• Praticar atividades físicas regularmente;
• Manter também sob controle os níveis de colesterol e triglicerídeos, evitar quadros de anemia, controlar a pressão arterial e evitar o sobrepeso.
Fonte: Ascom