A saúde do coração envolve diferentes aspectos e hábitos diários. Para além de uma rotina que inclua alimentação equilibrada, atividade física e exames regulares, também é igualmente importante manter cuidados com os fatores que potencializam o estresse e, consequentemente, podem desencadear problemas a esse órgão essencial. Por isso, é fundamental manter um cuidado integral entre o corpo e a mente e, nesse sentido, o Dia do Cardiologista, celebrado anualmente em 14 de agosto, funciona como um chamado de alerta e prevenção à população à medida que estimula práticas saudáveis cotidianamente.
Especificamente quanto aos problemas que podem afetar esse órgão, Hebert Mendes, médico cardiologista do Instituto de Educação Médica (IDOMED), destaca que a hipertensão arterial, que é a pressão muito elevada, aumenta o risco de vários problemas cardíacos, como o infarto agudo do miocárdio, que é uma obstrução das artérias. Dessa forma, explica ainda que a hipertensão é um fator de risco para morte, arritmias malignas (quando coração bate diferente do ritmo normal) e insuficiência cardíaca. “Sem contar que fatores de riscos como idade, diabetes, colesterol, obesidade e histórico familiar também devem ser levados em consideração”, frisa.
O Dr. Herbet acrescenta que algumas práticas contribuem para doenças cardiovasculares, como o sedentarismo, uma vez que é um fator de risco e, em muitos casos, pode estar associado à alimentação inadequada com forte presença de carboidratos e ultraprocessados, o que aumenta o risco de diabetes tipos 2, por exemplo. “Além disso, o tabagismo, o consumo de álcool em excesso também são aspectos de atenção”, ressalta. Ele pontua que no campo de hábitos saudáveis é preciso incluir “atividade física de, no mínimo, 150 minutos por semana, alimentação rica em frutas e verduras, além de dormir de forma adequada”, orienta.
Alimentação equilibrada favorece boa saúde do coração
Embutidos (calabresa, presunto, salsicha, mortadela, salame), empanados de modo geral, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, molhos prontos industrializados, sucos de caixinha, refrigerantes e sorvetes industrializados são alimentos com potencial para causar problemas cardiovasculares. As frituras de modo geral e os alimentos ultraprocessados contêm muitos aditivos alimentares e possuem quantidades exageradas de gordura saturada, sódio e açúcar simples. Para uma alimentação adequada e com ganhos ao coração, é preciso ingerir alimentos na sua forma mais natural possível, como frutas, verduras, leguminosas, oleaginosas, por exemplo.
A professora de Nutrição da Unifacid Wyden Juliana Eulálio (CRN – 2306) explica que há alimentos ricos em nutrientes com ação antioxidante: “a uva, suco de uva e frutas vermelhas (morango, mirtilo e amoras), pois são ricas em resveratrol. Não podemos esquecer dos alimentos ricos em ômega 3 como: atum, sardinha, salmão, linhaça, chia, nozes, amêndoas e o azeite de oliva extra virgem. Além disso, a aveia é um cereal rico em fibras solúveis que, além de regularizar o trânsito gastrointestinal, é essencial para reduzir os níveis de LDL-colesterol”, endossa.
Alto nível de estresse pode prejudicar o coração
O estresse em si é uma reação natural do organismo diante de desafios. O problema surge quando ele se torna intenso e constante. Para lidar com ele, a professora de Psicologia da Unifacid Wyden, Bianca Lopes, elenca algumas estratégias: organizar a rotina, praticar atividade física regular, criar momentos de relaxamento (como meditação, mindfulness, técnicas de respiração), estabelecer limites para evitar sobrecarga e cuidar do sono são hábitos favoráveis. As pequenas pausas ao longo do dia e técnicas de respiração também fazem diferença.
Portanto, de acordo com a docente, ter a vivência do “eustresse”, que é “um estresse positivo, que nos mantém motivados e atentos, não é algo ruim. Contudo, se ele se prolonga por semanas ou meses sem alívio e começa a gerar sintomas físicos como palpitações, tensão muscular, dores de cabeça, distúrbios no sono ou alterações na pressão arterial, entre outros fatores, indica importantes sinais de alerta”, inclusive para possíveis impactos ao coração.
Fonte: Ascom