A compra de medicamentos de tarja vermelha não exige necessariamente a apresentação das receitas prescritas pelo médico. Por conta disso é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde a última quinta-feira abriu uma discussão em audiência pública para debater sobre a necessidade da apresentação de receita para essa classe de medicamentos. Com isso, a Anvisa pretende implementar medidas de fiscalização e educação para alertar sobre os riscos da automedicação.
Veja pesquisa de preços de medicamentos do Jornal Meio Norte
Os índices revelam que os brasileiros têm exagerado no uso de remédios sem prescrição médica, fato que agrava a situação de muitas doenças, com isso a Anvisa pretende estimular o consumo racional dos medicamentos no país.
“Quem não tem plano de saúde e depende do SUS, se não estiver sentindo-se muito mal para ser atendido na emergência, é impossível conseguir uma consulta no exato momento que se sente mal e, por isso, eu acabo quase sempre me automedicando”, revela a auxiliar administrativa Neilane Vieira da Silva Soares, 26 anos.
Já Antônia Aucilene dos Santos, 30 anos, explica que só vai ao médico em último caso e usa a internet para relacionar os sintomas que sente para buscar o medicamento adequado, contudo, os médicos revelam que essa é uma prática muito perigosa, pois somente a avaliação do médico deve ser usada para que seja tomada a decisão da prescrição de uma medicação.
65% do mercado de medicamentos brasileiros correspondem aos classificados como de tarja vermelha e, para a maioria desses produtos, a legislação sanitária exige apenas a apresentação da receita médica no ato da compra. As farmácias também não são obrigadas a reter as receitas. Estudos consistentes apontando que 44% dos remédios comprados para a automedicação estão nesse grupo de medicamentos.
A falta de controle é considerada danosa para a sociedade por ser uma falha no sistema que tem um início de ciclo bem atendido. A regularização tem sido muito eficiente na produção, distribuição e pesquisa na área de medicamentos porque tem regras rigorosíssimas, mas quando chega na etapa de fechamento, quando o medicamento vai para o paciente o sistema foge de todos os padrões. Os especialistas defendem que o mesmo cuidado tomado na produção tem que ser tomado na chegada do medicamento ao paciente.
A prescrição médica é fundamental para garantir um diagnóstico correto e o uso seguro e eficaz do medicamento e a sugestão que teve mais força entre os representantes da indústria farmacêutica foi a formação de um “grupo de trabalho” para a proposição de ideias que tragam avanço que vá além de mostrar ou não a receita, como por exemplo sistemas eletrônicos desenvolvidos para um maior controle. A ideia é colocar essas ações em prática até o início do próximo ano, de acordo com informações da Anvisa.
PESQUISA - A pesquisa semanal de preços dos medicamentos nas três principais redes de farmácias de Teresina mostra onde é mais vantajoso adquirir os medicamentos listados. Em primeiro lugar com os preços mais vantajosos para o consumidor está a rede Drogarias Globo (R$ 762,38), seguida pelas Drogarias Big Ben (R$ 806,61). Em último lugar com o total mais alto para os medicamentos pesquisados ficou a rede de Farmácias Pague Menos (R$ 834,53).
Fonte: Marcilany Rodrigues