Matéria / Esportes

Pressionado pela presença de Ganso, Ney Franco quebra cabeça para manter "tática ideal" do São Paulo

19/02/2013 |
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Paulo Henrique Ganso comemora gol marcado com a camisa do São Paulo

A temporada de 2012 havia chegado ao fim e deu a Ney Franco uma certeza: o esquema ideal para o São Paulo seria o 4-3-2-1. O técnico havia aprovado o desempenho do time nesse desenho tático, usado na conquista da Copa Sul-Americana, e traçou o planejamento de 2013 baseado nessa premissa. A pendência seria achar o substituto de Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain meses antes. Mas, exatos cinquenta dias após a virada de ano, Ney Franco já quebra a cabeça para não rasgar todo seu discurso e planejamento.

Os R$ 24 milhões investidos na contratação de Paulo Henrique Ganso estão pesando no CT da Barra Funda. Principalmente por conta do meia ficar na reserva. Para complicar, o lugar no qual o ex-santista se encaixaria sem mexer na estrutura tática foi ocupado por Jadson, que já tem cinco gols e quatro assistências na temporada.

 

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Por isso a convicção de Ney Franco diminui a cada coletiva. Se, no começo do ano, o treinador batia o pé e dizia que o São Paulo jogaria sempre na sua "tática ideal", hoje ele dá mostras de que poderá mudar o desenho do time para um 4-4-2. Torcida e imprensa já falam abertamente do tema, e a possibilidade de jogar com dois meias volta a ser cogitada, especialmente pela falta de um substituto de Lucas.

O técnico não ficou satisfeito com a falta de reposição. Pedia o reforço publicamente, mas ouvia da diretoria que ninguém chegaria após os fracassos nas negociações com Montillo, que parou no Santos, e Eduardo Vargas, contratado pelo Grêmio.

O sonho de Ney Franco era contar com dois jogadores por posição. Mas a ambição ficou no quase. O técnico conseguiu ter mais do que quatro zagueiros, dois laterais em cada lado, mais de quatro volantes e dois homens de área, mas não conseguiu preencher sua cota de jogadores que jogassem avançados e abertos.

Nessa briga, no entanto, Ney não ficou sozinho. Voz forte dentro do elenco e com influência na diretoria, Rogério Ceni também fez apelos por um novo ponta. "O Osvaldo não vai aguentar jogar o ano inteiro assim", alertou o goleiro ainda em janeiro.

Nada disso adiantou. Por isso, o técnico precisou improvisar. Escalou Aloísio na posição. Conseguiu certo sucesso, mas não se convenceu. Esperou a suspensão de Paulo Miranda na Libertadores acabar, adiantou Douglas, o chamou de dono da posição, e colocou o zagueiro mais uma vez para jogar de lateral direito.

Novamente sem Paulo Miranda, desta vez por lesão, preferiu não usar Lucas Farias, lateral da base, e já sinalizou que Ganso será mais uma vez titular. O problema é saber onde o camisa 8 entrará. Na direita, já mostrou que não rende tanto, seja por falta de combate aos laterais ou por falta de velocidade na aproximação da linha de fundo.

aso Ganso jogasse no centro no 4-3-2-1, precisaria deslocar Jadson, que tem se destacado na posição e já ganhou elogios até com rótulo de seleção brasileira de Ney Franco. Por isso, a mudança parece pouco provável. Especialmente por Jadson já ter jogado aberto pela direita, não só com o atual treinador, e não ter rendido nem perto do que rende quando atua como um típico camisa 10.

Enquanto isso, Ganso ganha elogios de todo elenco. Osvaldo já disse que está disposto a jogar no 4-4-2. Rogério Ceni não cansa de repetir que o novo colega é "gênio". Denilson diz que com ele a bola é mais redonda, enquanto que Jadson afirma que tudo é solucionado mais rápido com a presença do "maestro" em campo.

Resta saber como Ney Franco escalará o São Paulo nesta quarta-feira, contra o São Caetano, com a confirmação de que Ganso será titular. O jogo contra a equipe do ABC pode ser o primeiro da transição de um sistema que foi vencedor em 2012, mas não consegue emplacar em 2013.

Fonte: UOL

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