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Número de mortes por armas de fogo cresceu 86% em 10 anos no Piauí

11/03/2013 |
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O Mapa da Violência 2013 - Mortes ‘Matadas’ por Armas de Fogo, divulgado nessa semana, mostra que 2.170 pessoas morreram por arma de fogo no Piauí entre 2000 e 2010. Segundo os dados, em 2000 foram 133 mortes e dez anos depois esse número aumentou 86,5 %, chegando a 248 óbitos.

“Esses números mostram o quanto  o sistema de segurança do estado é ruim, ou seja, são a prova de seu fracasso”, opina o estudioso da violência José da Cruz Bispo de Miranda.

Teresina apresentou índice ainda maior do que a do estado, com uma elevação de 94,9% em 10 anos. As mortes do AF pularam de 79 para 154 em uma década, resultado que deixa a capital do estado com a 21ª maior taxa, 18,9 mortes para cada 100 mil habitantes.

Apesar de quase ter dobrado a quantidade de mortes por arma de fogo em 10 anos, o Piauí tem a segunda menor taxa do Brasil, com oito mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2000 era de 4,1, um crescimento de 70%.

Outros estados do Nordeste apresentaram índices ainda maiores. A escalada da violência no Maranhão teve um crescimento de 344% na década. Alagoas, Bahia, Ceará e Paraíba mostram taxas de crescimento de mais de 200% isto é, mais que triplicando seu número de vítimas por armas de fogo. O único estado da região a evidenciar queda nos números foi Pernambuco: saldo negativo de 27,8%.

“Ninguém deve se apaziguar a realidade do Piauí por o estado ter um dos menores índices em relação ao Brasil e o Nordeste. Isso não é algo positivo porque o crescimento é notório. O momento é de reflexão sobre o nosso sistema de segurança. Temos que parar e saber o que ele esta fazendo de errado. Em 10 anos o sistema não conseguiu nem manter os números, isso prova que tem algo e errado e que a abordagem tem de mudar”, afirma o sociólogo José Bispo.

Em relação às cidades do interior do estado, 117 municípios não registraram nenhuma morte por AF entre 2000 e 2010.

Procurado pela equipe de reportagem do G1 Piauí, o secretário estadual de segurança, Robert Rios, não foi encontrado para comentar os números do Mapa da Violência.

 

Fonte: G1 Piauí

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