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Entidades pedem suspensão de leilão para exploração de gás de xisto no PI

29/08/2013 | Edivan Araújo
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Marcado para ocorrer no mês de novembro, o primeiro leilão para exploração de gás e óleo de xisto no Brasil, está causando polêmica. Isso porque não existem estudos suficientes que comprovem a ocorrência ou não de danos ambientais com a exploração do gás. 

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) pretende ofertar blocos em cinco potenciais bacias sedimentares, localizadas principalmente na Bacia do Parnaíba, o que inclui Piauí e Maranhão, além das bacias de Parecis, no Mato Grosso, Recôncavo, na Bahia, Paraná, nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, e São Francisco, em Minas Gerais e na Bahia. 
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) encaminharam carta à presidente Dilma

Rousseff solicitando a suspensão da licitação para a exploração, até que estudos mais conclusivos sobre a questão sejam realizados. “A exploração de gás de xisto tem sido muito questionada pelos riscos e danos ambientais envolvidos. Enquanto o gás natural e o petróleo ocorrem em estruturas geológicas e nichos próprios, o gás de xisto impregna toda a rocha ou formação geológica. Nesta condição, a tecnologia de extração de gás está embasada em processos invasivos da camada geológica portadora do gás, por meio da técnica de fratura hidráulica, com a injeção de água e substâncias químicas, podendo ocasionar vazamentos e contaminação de aquíferos de água doce que ocorrem acima do xisto”, informa o documento assinado pelas duas entidades.

A Agência Nacional do Petróleo acredita que existam pelo menos 15 trilhões de m3 de gás de xisto nas bacias geológicas do Brasil. Mas a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências questionam o caráter totalmente preliminar dessas possíveis reservas. Isso porque ainda não existe conhecimento suficiente sobre as características petrográficas,estruturais e geomecânicas das rochas consideradas para esse cálculo.

O gás de xisto é obtido a partir do faturamento de rochas. Quando submetido a altas temperaturas, produz um óleo de composição semelhante à do petróleo do qual se extrai nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo diesel e gasolina.

Fonte: Jornal O DIA

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