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Cajuína piauiense poderá se tornar patrimônio cultural do país

06/05/2014 | Edivan Araujo
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Na manhã de ontem (05), representantes do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, realizaram encontro com produtores de cajuína para discutir o registro dessa bebida a base caju como patrimônio cultural brasileiro.

A proposta de registro do Modo de Fazer Tradicional da Cajuína como Patrimônio Cultural Brasileiro foi apresentada pela Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí, Cajuespi.
Na ocasião, o técnico do Iphan, Ricardo Augusto Pereira, destacou que o encontro marca o início dos trabalhos de efetivação do registro. “Desde 2008, os cajucultores piauienses pleiteiam esse registro. A partir dessa solicitação, o Iphan elaborou uma pesquisa que mostra os aspectos culturais, técnicos e históricos da produção da cajuína”, afirmou o técnico.

No dia 15 de maio, haverá uma reunião do Conselho Consultivo do Iphan, na qual será feito o parecer com relação ao registro da bebida genuinamente piauiense.

“O Sebrae realiza um importante trabalho focado na constante melhoria da produção e qualidade da cajuína. São cursos voltados para a área de gestão do empreendimento, bem como para melhorias das técnicas utilizadas pelos produtores. Estamos otimistas quanto ao registro da cajuína como patrimônio cultural do Brasil”, pontua a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios do Sebrae no Piauí, Geórgia Pádua.

A CAJUÍNA

A cajuína é uma bebida não alcoólica, feita a partir do suco do caju separado do seu tanino, por meio da adição de um agente precipitador – originalmente, a resina do cajueiro, durante muitas décadas a cola de sapateiro e atualmente, a gelatina em pó –, coado várias vezes em redes ou funis de pano, em um processo que recebe o nome de clarificação. O suco clarificado é então cozido em banho-maria em garrafas de vidro até que seus açúcares sejam caramelizados, tornando a bebida amarelada, e permitindo que possa ser armazenada por períodos de até dois anos.

Mesmo sendo uma bebida, ela assume o simbolismo de alimento e poderá ser inscrita na mesma tradição dos doces, bolos, biscoitos e outros saberes prendados cultivados para abastecimento do lar no Nordeste. A cajuína conquistou o mercado externo, e é valorizada como produto de forte apelo regional e cultural, reforçando os sentidos de pertencimento e identidade dos piauienses e brasileiros. 

O modo de fazer e as práticas socioculturais associadas à cajuína são bens culturais associados aos rituais de hospitalidade das famílias proprietárias de terras no Piauí.

Fonte: GP1 

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