O deputado federal Assis Carvalho (PT) usou a tribuna da Câmara Federal nesta terça-feira (1º/07) para responsabilizar os dois últimos governos estaduais pelos “graves problemas” existentes na Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
Segundo o deputado, cujo partido, o PT, desembarcou somente no final do então governo Wilson Martins (PSB) - e que logo em seguida foi ocupado por Zé Filho (PMDB) - a UESPI está passando por uma situação de “abandono”.
Para o petista, o governo do estado “tem deixado de ter o zelo necessário com a instituição de ensino superior que sofre graves problemas com a falta de professores e com a falta de estrutura”.
O parlamentar relatou como exemplo o caso do campus de Uruçuí, onde alunos fizeram uma manifestação, fecharam a universidade - ficando de posse das chaves -, numa reivindicação por mais professores.
“Os estudantes queriam apenas que tivessem professores. Segundo eles, o campus conta apenas com 5 professores efetivos enquanto a demanda é de 20 para cada curso”, falou, esquecendo o governo capitaneado pelo correligionário Wellington Dias ficou quase oitos anos no poder, e elegeu seu sucessor por mais quase quatro anos.
“Faço este registro, senhor presidente, para cobrar do Governo do meu estado, o Piauí, maior atenção para com aquela grande instituição de ensino superior, porque, sem sombra de dúvida, não se preocupar com educação é não se preocupar com o nosso Estado como um todo”, tascou.
ATACOU ZÉ E WILSÃO
Durante o seu pronunciamento, Assis Carvalho colocou-se como aquele que vai passar a “abraçar” a bandeira da UESPI, assim como, disse ele, faz com a UFPI, e disparou suas baterias para Zé Filho e Wilson Martins.
“Lamentavelmente, o Governo que deixou há 4 meses o estado do Piauí deixou a UESPI em total abandono, como o Governo que agora assumiu [o de Zé Filho] não está tendo nenhum compromisso com a educação do nosso Estado. Então quero fazer aqui este registro e externar a nossa indignação, porque quem não cuida da educação não cuida sobretudo do nosso povo”, alfinetou.
GASTOS EM TERCEIRIZADOS
Sem medo de ser interpretada como uma herança deixada pelo governo do PT para Wilson Martins e deste para Zé Filho, o petista foi além, e falou sobre a delicada situação financeira porque passa o Piauí.
“O estado do Piauí está quebrado. No estado do Piauí, no último ano do governo Wellington Dias, gastavam-se 2 milhões de reais com terceirizados. No último ano do Governo anterior, passou para 40 milhões de reais o gasto com terceirizados, fazendo-se política com o dinheiro público. Nós já ultrapassamos o limite prudencial, que está em 50,23%”, disse.
CRÍTICAS A MANDO DE W.DIAS
E acrescentou: “O estado do Piauí está proibido, lamentavelmente, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal, de receber qualquer recurso federal. O estado do Piauí não está podendo pagar nem hora extra. Então, lamentavelmente, tivemos um aumento das despesas em 73%, quando as receitas aumentaram 42%, o que é uma situação preocupante, porque, quando Wellington Dias recebeu o estado do Piauí, em 2003, o Estado estava quebrado. A folha de pagamento dos servidores era negociada para se pagar em pequenas parcelas — até a folha de pagamento. Wellington Dias reorganizou aquela folha de pagamento, reorganizou o Estado, mas, lamentavelmente, quebraram o Estado mais uma vez”, acusou.
Em seu pronunciamento o parlamentar petista não explicou porque mesmo fazendo parte de um governo que passou a gastar de forma demasiada, seu partido, que ocupava cargos no governo, só saiu no apagar das luzes da gestão de Wilson Martins. Considerado um 'irmão' para Wellington Dias, Assis Carvalho teria aceitado a 'missão' dos petistas em atacar fortemente Wilsão e Zé Filho a partir de agora e até o final da campanha, outubro deste ano.
Da redação do 180graus em Brasília (DF)