Reportagem publicada na edição de hoje (16) do jornal Folha de São Paulo afirma que a Polícia Federal está investigando nove deputados estaduais do Piauí em função de um suposto esquema que envolveria desvios de verbas da folha de pagamento (com laranjas e funcionários fantasmas), verba de gabinete (com a utilização de notas frias) e fraudes em licitações. Segundo aFolha, teriam sido desviados dos recursos da Assembleia Legislativa do Piauí cerca de R$ 150 milhões entre 2008 a 2010.

A matéria, cujo título é "Nove deputados são suspeitos de desviar R$ 150 mi no Piauí", informa que a investigação foi aberta no final de 2010. À época, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras), do Ministério da Fazenda, teria identificado movimentações financeiras suspeitas dos deputados investigados e encaminhado a documentação referente a elas.

Segundo os jornalistas Matheus Magenta e Rodrigo Vizeu, os parlamentares investigados seriam "Themístocles Filho (PMDB), presidente da Assembleia, outros três deputados do PMDB, um do PDT, dois do PTB e uma do PT".

A Folha também destaca o fato de um dos parlamentares ter tentado na Justiça transferir a investigação da PF para a Polícia Civil do Estado do Piauí, sob o argumento de que não há verba federal envolvida. Quando da solicitação feita ao Tribunal de Justiça do Piauí, o deputado estadual Robert Rios (PC do B) era o secretário estadual de Segurança Pública. Segundo a publicação, o ex-secretário também estaria sendo investigado.

Ainda sobre o inquérito, que corre em segredo de Justiça, a reportagem diz que "a PF foi autorizada pela Justiça Federal a quebrar os sigilos bancário e fiscal dos suspeitos" e que "um dos deputados teria movimentado quase 16 vezes sua renda declarada".

A reportagem de O DIA tentou, sem sucesso, entrar em contato com o deputado Themístocles Filho e com o advogado Willian Guimarães, responsável pela defesa de seis dos nove parlamentares investigados. À Folha, Guimarães afirmou: "O que está em discussão é a forma como os recursos estão sendo aplicados", não se tratando de desvios de verbas.