O quarto candidato ao governo do Estado, entrevistado pelo Portal AZ, foi o ex-senador Mão Santa (PSC). Durante a entrevista o candidato falou sobre saúde pública, segurança, economia, dentre outros assuntos. Mão Santa (foto) afirmou também que os últimos governantes não têm governado para o povo.
“O governo está se servindo do povo, se servindo. Cobrando impostos. O povo está exausto, está pagando impostos demais. Olha, eu vejo, eu ando. Eu fui na feira e converso: “Senador, eu cheguei aqui duas horas da manhã”, duas horas esse pessoal de feira! Como trabalham, como pagam impostos! E não tem a segurança, estão com medo. Não tem a Saúde quando precisam. Então são poucos se aproveitando, se servindo do povo e não servem ao povo.”, enfatizou.
O ex-senador chamou atenção ainda para a questão da mão de obra qualificada como meio de melhorar a economia no Estado. Para Mão Santa a qualificação do homem do campo, por meio dos cursos técnicos oferecidos pelo Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí), são de grande importância.
Confira abaixo a entrevista na íntegra
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01. Qual sua avaliação do cenário político atual?
O povo é assim, o povo é alegre, mas antes disso você viu que o povo foi à rua, foi testemunha, então pesquisas disseram o que o povo afirmou; 97% dos brasileiros não acreditam em partidos e nos seus líderes. Isso é bom? Não é. Isso é muito triste, por que é pra acreditar, o partido e o líder político é que permeia os recantos do povo para o governo que deve servir o povo. Então, teve essa calma que somos cristãos, nós somos alegres, nós somos bons, até para independência não teve morte; “Independência ou morte”, essa é a nossa história. Mas aí vem essa eleição e eu queria pedir permissão para recordar um dos homens mais importantes, Juscelino Kubitschek, um médico como eu, sorridente, alegre, otimista, até casado ele foi, mas ele enquanto estava com os amigos dele, assessores, ele estava ali, gostaria de está no meio da rua, mas estava ali, presidente com suas formalidades. Então o povo é o bom da democracia, foi ele que fez, mas de vez em quando o povo para e pensa, esse lado é meu e eu vou mudar as coisas, eu mostro isso e vejo que o povo brasileiro, naquela bondade dele, ele foi enganado, mas defendia o governo do povo, pelo povo, para o povo. Então, eu olhando assim para o povo, estou lembrando do Juscelino. Que ele vai reagir em manifestações, estou vendo resultados, o povo está consciente, porque a democracia é tão boa que as vezes rico quer tomar pra si e chama plutocracia, ladrões! Mas aí o povo diz é meu, e muda as coisas quando a sociedade vai para o caos. O Piauí não está inventando. Bem aí na França, que é um muito importante para a história da democracia,- Liberdade, Fraternidade -, você viu que ela teve o apoio e depois caiu. Argentina bem aí, essa Argentina do papa Francisco, eu vou é muito namorar com Adalgisa lá, que quando são quatro horas da manhã ninguém mexe na gente; custo de vida barato, você pega moto, táxi que parece com um mototáxi, o preço. Uma faculdade de medicina lá custa R$ 500,00. Então a Argentina teve Peron, os militares tiraram, eles já estavam era na Espanha, a Europa já tinha morrido como Izabelli então não tava nem aí, está entendendo? Aí chamaram ele de novo, o presidente Peronio Lima, volta para ressuscitar Argentina. A Rússia que você está vendo agora, muito atual, Putin, está uma confusão doida na Rússia. E o Piauí também, no momento do caos, o povo para e olha assim; é por isso que nós vamos ganhar a eleição, nós vamos ganhar a eleição por isso. Mas isso aí é um desejo; por quê? Por que isso aí é o povo do Piauí, olhou e refletiu: desses, qual mais sofrido, qual o honesto, qual o que luta, qual o descente, qual que é a cara da família, que é um governo de família? É o Mão Santa. Um partidinho pequeno, você vê aí, todas as forças querendo esconder o Mão Santa nas pesquisas, nas chapas. Não adianta, é uma vontade, isso dá uma revolta popular, não dava para ir. No partidinho que a gente tem, os candidatos crescendo, todos os dias crescendo, todo dia aumentando e eu vi nas ruas, eu sinto o carinho, o apresso. Esse fim de semana ele (candidato ao Senado Gustavo Henrique) nos acompanhou, esse líder da juventude, grande advogado, ele viu, nós fomos em cinco cidades, a história de Amarante está acabada, os hospitais estão tudo abandonado e o povo tem saudade; que não era assim. Nós fomos em Palmeirais, o povo se lamenta. Nazária ..., fomos ali na festividade de Demerval Lobão e também o hospital está acabado. Então fechou-se muitos hospitais, muitas escolas; eu te daria um exemplo que é muito importante: Buriti dos Lopes, aquele hospital, eu era deputado estadual, foi construído pelo ex- governador Lucídio Portela, agora eu era prefeito, filho de seu Arcoverde ele foi estadualizado, mas tirando o de Parnaíba, ele é o melhor de todo o Norte. Era, estrutura física, todos os governadores cuidaram dele, eu cuidei muito e os outros também, tinha cirurgias cesarianas, essas coisas de urgência, uma apêndice, meu diretor me lembrando, Dr. Emanuel, que está fechado já faz uns três anos. Então você vai ver a confusão, o povo de Buriti dos Lopes, as cidades dessas que criei, Caxingó. Então, dezenas de hospitais fecharam, escolas fecharam. No meu governo uma budega, uma casa de comércio, uma indústria não se fechou, então é isso que o Piauí quer? E as indústrias floresceram, foi com meu secretário de Indústria e Comércio, o maior crescimento industrial, e as indústrias estão aí, negócio de mentira não, a maior indústria que tem, é uma fábrica de cimento Nassau. Lá em Fronteira, a maior indústria que alavancou o cerrado, 27 fábricas de castanha. Piscicultura começou com a gente, então foram secretários de Indústria e Comércio, brilhante senador João Vicente no meu governo e alí ele tinha outras ambições políticas e foi se candidatar, ficou meu irmão Antônio José de Moraes de Souza, então elas floresceram, só de castanha foram 27, não tinha nenhuma, algumas agora estão fechadas. Então é isso que o povo do Piauí nos convoca, para reconstruir o Estado. Eu vou te dar um exemplo, eu aprendi com Dr. Lucídio Portela, eu tratava com respeito, eu era deputado dele; não vai ter nada, não vai acontecer nada sem EMATER. EMATER são aqueles técnicos agrícolas pro campo. Não vai melhorar a vida de ninguém, por que você sabe que eles não tiveram estudo, eles não sabem o que dá naquele solo, então a EMATER está desgraçada, só isso seria motivo de enforcar muita gente, a EMATER era funcional ao campo, nós chegamos hoje a ter soja, arroz, a ter mandioca, a melancia, a fruticultura. A EMATER querida acabaram, acabaram, destruíram. Eu era deputado, quando eu vi tinha acabado. Rapaz o respeito que eles tinham! Porque o agrônomo, - atentai bem o que eu vou dizer -, o agrônomo é o melhor profissional para desenvolver o Estado, porque ele é um pouco veterinário, é um pouco médico, eles iam tirar do asfalto botando no campo, aí EMATER está arrasada, converso com os funcionários da EMATER. Eu vou fazer um reencontro, ela vai ser dirigida por um deles, um técnico, um agrônomo. O que é que transformaram hoje? Cada secretário teria o objetivo de eleger uma pessoa, não é pra isso. O governo está se servindo do povo, se servindo. Cobrando impostos, o povo está exausto, está pagando impostos demais. Olha, eu vejo, eu ando. Eu fui na feira e converso: “Senador, eu cheguei aqui duas horas da manhã”, duas horas esse pessoal de feira, como trabalham, como pagam impostos! E não tem a segurança, estão com medo, não tem a Saúde quando precisam. Então são poucos se aproveitando, se servindo do povo e não servem ao povo. Olha a violência, olha a saúde, só pra quem tem dinheiro, não é verdade? Olha a educação pública acabada, privada, olha os velhinhos aposentados estão morrendo, enganaram eles! Tem um fator previdenciário que rapa 40% deles, aí fizeram esse empréstimo consignado que passa da lei, tem velhinho aposentado que está recebendo ¼ do salário. A lei não permite, mas os bancos emprestam. Isso foi bom, esses empréstimos, para os bancos. Eu não vi um banco no Brasil falar; já vi na Europa, nos Estados Unidos. Está todo mundo endividado, converse com os velhinhos aposentados. E as crianças não tem mais a creche e a mocidade desesperançada está indo embora, nós somos 4 milhões de piauienses, um milhão já foi embora, daí se diminui número de deputados federais, estaduais, e vai diminuir. Eles não botaram agora por causa da lei, por que tem uma condição que tem que ser um ano antes. Então, eles indo embora, eles vieram para o cerrado ao meu chamamento. Eu trouxe 300 famílias de volta lá para Bom Jesus. As terras estão tudo na pilantragem, é cartório falseando. Isso tem que acabar, nós temos que reconstruir o estado do Piauí.
02. Que pontos o senhor considera negativo e positivo no estado hoje?
O negativo eu tenho que fazer o governo governar. O governo não está governando, está servindo aos poucos. Usando cada secretaria para eleger, têm outras que é para eleger pai e filho. Não estou aqui para estampar, estou para reconstruir, para mudar, eu estou fazendo minha obrigação. O eleitor tem que fazer a dele, o eleitor tem um dever: é pegar os setes candidatos, analisar, vasculhar mesmo, todos os dias da existência, todas as contas bancárias, todas as dívidas e ir lá na cidade dele perguntar, escolher o melhor para o Piauí, para os seus filhos. É obrigação do eleitor ver o melhor, o que está mais preparado para os seus filhos. Você está novinha, está bonitinha, mas vai ter filhos, tem que pensar neles por que no jeito que está aí... . Olha, não tem mais creche. Eu vivia visitando creche, o pai e a família tem que trabalhar, os dois tem que deixar a criancinha com segurança para começar. Eu só vejo, passando nos lugares, ‘cadê aquela creche? Fechou, fechou!’.
03. Se pudesse mudar os pontos negativos, como faria?
Eu vou corrigir tudo, todos os pontos negativos. O Piauí sabe que eu fiz muito, muito, muito. O Alberto Silva disse que eu fui o melhor governador deste Estado, publicamente ele declarava, e nós estamos muito mais experientes, nós vamos fazer muito mais. Governar pra mim não é pra eleger cada secretária como está aí. Façam assim, vocês sabem mais do que eu, não vou continuar com essas mesmices de doze anos. Nós vamos mudar este Estado, botar os valores cristãos. Nós temos valores. Falar a verdade, a honestidade, a dignidade. As mentiras não têm esses valores cristãos. Não vamos plantar mentiras, corrupções, desesperança na mocidade que vai se embora, nós vamos fazer os valores de nossa tradição prevalecer.
04. Qual sua proposta de governo para o Estado? E como o senhor chegou a estas propostas?
As minhas propostas são o seguinte: pra onde você vai leva a sua formação profissional. Você, quando for prefeita, governadora e isso será muito bom, você vai levar sua formação jornalística. Eu sou médico cirurgião, tudo que o Mão Santa fez, ele terminou; todas as obras que começou. O cirurgião está nele, existe uma ciência de administrar, eu também me formei. Então, nunca faltou comando no meu governo; planejar, orientar e ter controle. O cirurgião, ele rapidamente se dedica em planejar o pré-operatório, a operação em si, o pós-operatório é o controle. O que quero dizer, é que o cirurgião tem a formação de um administrador mais sintético, por isso que dá certo. Juscelino Kubitschek é um exemplo de cirurgião; no Piauí está aí um médico cirurgião, Dirceu Mendes Arcoverde, e nós aqui. Então, nós vamos com esses princípios fazer um governo; governar. O governo não está governando. Existem várias ilhas, cada um andando em seus benefícios para se eleger. Tem repartições que está elegendo pai e filho. Eu só vou pelo amor ao Piauí, o povo do Piauí, quem ama cuida. E eu estou consciente, que nesse exato momento, que o povo me chama – como a Peron-, para botar o que tem na bandeira, ‘Ordem e Progresso’.
05. Nas ruas, o que as pessoas reclamam e/ou pedem de melhorias?
Reclamam muito, muito, muito. O Ulisses Guimarães dizia: ‘Ouça a voz, das ruas’’, é só que eu tenho feito. Primeiramente, eu acho isso uma barbárie, isso não é sociedade, eu ando com essa mulher aqui (Adalgisa), - minha namorada -, nós vamos ali para Montevidéu, quatro horas da manhã e sentamos na praia, Buenos Aires. Isso é barbárie, aqui só tem um lado, o Piauí errou foi aí, ficou 50 deputados estadual, era pra ter 30, tudo do mesmo lado. Não diz a verdade, isso é barbárie, ninguém anda apontando. Eu estou falando bem aqui... os vizinhos, a segurança. Todo mundo sabe que eu sou mais preparado, porque eu também peguei época difícil. Quando eu governei, o Estado tinha um crime organizado, o chefe deles foi preso no meu governo, mas minha prisão só durava 30 dias. Ele está hoje na cadeia, e o Piauí deve consagrá-lo, o promotor Afonso Gil, porque hoje ele (ex-coronel Correia Lima) está preso por processos jurídicos que foram feitos por Afonso Gil. A minha (pedido de prisão) só durava 30 dias. Mas pedi, não pedi? Fui um homem que deu um basta no crime organizado. O Piauí sabe que eu aproveitei as oportunidades de preparar a segurança. Já está tudo definido, ninguém vai inventar. Onde que só tem civilizações, se tiver um soldado para 250 habitantes? Tem cidades do Piauí que não tem um soldado, quando digo: é militar, civil, da prefeitura, exército. Tem cidades que não tem, eu vou te dar um exemplo pra ficar muito real, por que busco a verdade. Um amigo meu de Gilbués, lá no Sul, ele me disse que não tem mais dinheiro no final de semana. Deve ter uns 10 mil habitantes, só tem dois soldados. Uma cidade de 10 mil habitantes, cada mil é quatro, vai ter 40. Então nós vamos atingir essa meta. Vamos fazer concursos para atingir essa meta. Nós não queremos ser civilizado, para termos tranquilidade? A saúde é outro grande embate, a saúde pública, a privada não dou conta, mas eu defendi. Esse Hospital Getúlio Vargas, nós fizemos anexo com pronto socorro. Por quê? Porque eu cheguei lá, - eu andava lá de noite -, e teve um dia que eu contei 75 piauienses fora dos leitos, nos corredores, eu de madrugada contei. Vou fazer um pronto socorro e fiz com 75 leitos. Fecharam para fazer mal ao Mão Santa, acabaram com o povo, criaram outro, devia o município de Teresina ter outro, não fechar o que Estado já tinha. Tinha 75 leitos, eu que botei, pelo menos naquele tempo foi o máximo. Fecharam. Está certo que o município tenha outro, mas fechar aquele! Por isso você ver o caos na saúde. No meu governo não fechou um hospital público. Muitos deles notaram; pessoas, companheiros, sem afinidade nenhuma com a saúde, desprezando os próprios funcionários da saúde, médicos que estudam seis anos, mais de seis anos pós-graduado. Eu lhe dei o exemplo bem aí de Buriti dos Lopes, mas agorinha eu passei em algumas cidades que não estão funcionando, como canto do Buriti que há três, quatro anos, só está 10% funcionando, não atende mais, não opera mais. Nós vamos fazer as coisas públicas funcionarem. O governo vai governar!
06. A questão energética e de distribuição de água tem sido um grande problema no estado, como o senhor pretende chegar a uma solução?
Muito fácil! O governo tem que ser acreditável. Eu peguei uma situação energética difícil, essa empresa está falida, peguei, nós reestruturamos. No Maranhão nenhuma cidade pagava para a Cepisa, com medo dos poderes políticos. Eu cobrei tudo, mandei foi pagar e todos os estabelecimentos do governo pagavam a Cepisa. Se não pagar, vai entrar no caos que está. Todo mundo pagava, o secretário tinha que pagar sua escola, secretário de Fazenda que ia pagar seus postos e mais investir muito em dinheiro. No meu governo tinha uns programas de dinheiro internacional PAP, depois mudou nome, mas é a mesma filosofia, então eu estimulava. Os prefeitos estão sendo beneficiados com programa de energia elétrica, para manter recursos na Cepisa. O Luz Santa, nós estudamos, eu contei na época e governei com tanta grandeza que eu botei um presidente na Cepisa, engenheiro, eu botei por que ele era amigo do presidente, Fernando Henrique Cardoso, tinha sido senador junto, João Lobo não tinha votado em mim não, olha minha visão, ele era senador do PFL, então conhecia o Fernando Henrique, eu não tinha votado no Fernando Henrique, eu votei no PMDB, mas tinha moral, me tratou com respeito, e eu a ele. Então nós botamos dinheiro lá, esse aí, era todo mês. Então o grande devedor deles está aí. Eles faliram, não pagam uma secretária. Está uma zorra! Quando tiver faltando energia e água consequência do governo. Essa Agespisa não fui eu que criei e nem o tratamento da água. O tratamento, eu fiz o projeto, mas quem fez foi Dirceu, Alberto Silva, mas que levou água para o povo pobre de Teresina fomos nós. Levamos para mais de 70 bairros, água canalizada para o povo pobre. Fui eu, e não foi só aqui. Nos interiores todos, nós fizemos parceria para levar o mínimo. Por isso que o povo do Piauí está dizendo, queremos Mão Santa de volta, quando Mão Santa voltar, tudo vai melhorar.
07. O Piauí hoje aparece como menor PIB do nordeste, o que o senhor pretende fazer para mudar esse quadro?
Nós mudamos no nosso governo, nós passamos todos os índices do Maranhão. Primeiro é fundamental, - eu vi o respeito que o Dr. Lucídio tinha pelo EMATER -, (faz uma reportagem na EMATER, conversa, chama um engenheiro da EMATER, chame), esse negócio de piscicultura, foi o nosso governo. Alevinos? Foi tudo os homens da EMATER, eles eram devotados. Estão acabando com a EMATER, acabou toda produção de agricultura, não tem esse negócio de agricultura familiar. Eles (agricultores) não têm conhecimento, eles não sabem sobre o solo, o que deve ser plantado, a época, a semente, o adubo, a mudança do solo, o calcário, então diminuiu o PIB. Por quê? Quer que eu lhe dê um exemplo? Quando eu governei o estado, eu trouxe a piscicultura, peixe só era pescado no rio e no mar. Eu fui lá Equador e tavam usando essa carcinicultura (técnica de criação de camarões em viveiros), uma cidade muito menor que Luís Correia, era lá uma produção de camarão. Você olha no mapa e eu raciocinei: é o mesmo vento do Piauí e se dá lá... . E eu trouxe. Lá na minha casa no Coqueiro tem uma. Nós trouxemos de lá as sementinhas, pra entender assim, do camarão. Tinha 16 fazendas de camarão, hoje se tiver quatro ou cinco. Exportou camarão, por que camarão é gostoso, é caro. Exportaram! Foi quase a cera de carnaúba do Piauí, que a cera, meus avôs viveram de cera, cera de carnaúba do Piauí. Mas caiu de novo por isso: falta de tecnologia. Então caiu o PIB, para você ser rico, tem que ter riqueza de alguma coisa. O nosso gado está acabado, você pode ver nas músicas bumba meu boi, ‘’Manda buscar um boi do Piauí’’, hoje não tem mais. É isso, acabaram a EMATER.
08. Fala-se também que o estado está quebrado financeiramente, como solucionar isso?
Está, sabe porque está? Eu vejo por vocês, a imprensa, dizer que o governador tirou R$ 2 bilhões, o outro tirou R$ 2 bilhões, é dinheiro muito. Então não é você que vai pagar não, são seus netos. Então meu primeiro raciocínio, se eles tiraram, é porque o bicho não está equilibrado, não é verdade? Ou então, muita irresponsabilidade no que dá. Os dois últimos governantes são dozes anos, por isso que eu sou contra. Tiraram mais de R$ 4 bilhões, que está aí as obras inacabadas e não sei o quê. O povo se transformou na grande riqueza, gente que não tinha nada hoje são milionários, poucos. Mas a maioria não teve uso desse dinheiro, então você tem que ter austeridade, uma regra que eu boto: ninguém pode gastar mais do que ganha, você tem que viver daquilo que você ganha, ter austeridade.
09. Este ano está sendo aplicada a Lei da Ficha Limpa, como o senhor analisa esta questão?
Olha, isto o poder judiciário disse que foi uma evolução, mas o poder judiciário tinha todos os meios de punir, então isso é essencial, eu acho que agora melhorou. Porque surgiu o Pelé da Justiça, Joaquim Barbosa, que meteu um bocado de gente na papuda, que era os maiores donos. Eu dizia lá no Senado da República, olha são tudo aloprados. Com 60 dias, eu chamei o Zé Dirceu, era o diabo, com 60 dias, daí você vem corromper do meu mandato, tirar. O Ministério Público mandou eu tomar posse. Por duas vezes, por corrupção eleitoral. Mas eu sou otimista, surgiu aí o Pelé da Justiça, que aquilo é simbólico. Uma das coisas mais importantes, hoje tem justiça internacional que vem reconhecer o governante. Isso que o Joaquim Barbosa fez, foi muito importante. Assim como o julgamento de Nuremberg, simbólico! A gente tem que ter justiça nesse país.
10. Qual o seu diferencial dos outros candidatos?
O diferencial é a vida toda. São 70 anos trabalhando até hoje. Acredito em Deus, no amor, no trabalho. Está aqui o cartão que comprova que atendo na Santa Casa de Misericórdia, eu estou atendendo. Vocês sabem quanto é o valor da consulta no SUS? Por isso que eu sou contra. É R$ 4,50, hoje não estou atendendo, porque não pode. Pela lei vão dizer que estou trocando consulta por voto, mas pra você ver, por isso que o sistema de saúde está acabado. Os médicos são ocupados, eu sou aposentado, R$ 4,50 o valor de consulta. Eu tenho uma vida vasculhada, sofrida, que esses partidos botaram pra me acabar. Tirou tudo, tirou mandato, mas nós estamos aí, na política a gente ressuscita, como Cristo ressuscitou. Ele tirou o mandato de quem fazia oposição, mas o povo resgatou. O povo agora vai nos julgar. Então eu estou muito satisfeito, que eu serei julgado pelo o povo do Piauí.
11. Faça uma avaliação dos demais candidatos ao governo.
Olha, eu acho que tem uns aí que é a mesma coisa há 12 anos. É um grupo que se instalou 12 anos, que eu votei. Surgiu uma onda vermelha, todo mundo foi e eu votei, mas me arrependi e vi. Eles estão lá, são os mesmos, os mesmos costumes, as mesmas maneiras, então há 12 anos é a mesmice. Eu sou o Mão Santa, a mudança do que está aí. Isso é comum e tem outros candidatos que tem o direito, professores universitários que são candidatos, tem outro, que cada um eu creio, tem suas ideologias, suas vontades. Mas eu só tenho a oferecer o nosso sofrimento, a nossa experiência, a nossa visão. Todos têm. Agora esse grupo que está há 12 anos é a mesma coisa, é o que é responsável; que eu não concordo com isso e fui coerente, nunca concordei. Aliás, estou pagando muito caro por corrupção eleitoral, tomaram meu mandato de senador, eu fui um bom senador, o Piauí sabe. O Brasil sabe, podem telefonar. O Brasil todo. Obrigado!
Fonte: Portal AzÂ