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Robert Rios chama delegado da PF de ”canalha” e denuncia filha de procurador

18/07/2011 |
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Força Tarefa procura advogado, afirma Robert Rios

O deputado estadual Robert Rios Magalhães (PCdoB) chamou, sem citar o nome, o delegado da Polícia Federal do Piauí, Janderlyer Gomes, de "canalha, mentiroso e cretino" por ter criado fatos inexistentes para a abertura de inquérito que investiga desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).

Neste final de semana, o jornal Folha de São Paulo publicou reportagem informando que a Polícia Federal do Piauí está investigando nove deputados estaduais do Piauí suspeitos de envolvimento em esquema de desvios de recursos da Alepi. Segundo a reportagem, os recursos desviados seriam de R$ 150 milhões, de 2008 a 2010. As acusações são desvios de verbas da folha de pagamento (com laranjas e funcionários fantasmas), verba de gabinete (com a utilização de notas frias) e fraudes em licitações.

Robert Rios Magalhães disse, em entrevista à TV Cidade Verde (SBT, canal 5) a PF usou um fato inexistente ao solicitar a permissão na Justiça piauiense para grampear os telefones dos deputados. "A PF utilizou um documento dizendo que a Alepi recebe mensalmente R$ 12 milhões de recursos da União e que esses recursos poderiam estar sendo desviados. Acontece que a Alepi não recebe um único centavo da União, apenas do Governo Estadual. Então, esse delegado mentiu para tentar conseguir grampear os deputados", acusou o parlamentar, que é delegado federal aposentado e deixou recentemente a Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Robert Rios contou ainda que Janderlyer o teria procurado para que ele fosse uma espécie de espião da Polícia Federal dentro da Assembleia, de modo a ajudar a instituição a investigar os deputados estaduais. "Como eu me recusei, deu no que deu. Ele [Janderlyer] inventou isso", acusou.

Robert negou as denúncias de que a Alepi teria pago uma cirurgia de estética no seio de sua ex-esposa (Betânia Rios), ainda em 2010. Munido de documentos, o deputado comunista revelou que a ex-mulher fez uma cirurgia para a retirada de um nódulo e depois teve que colocar o silicone, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Portanto, a cirurgia não foi estética, como acusou a Folha de São Paulo, baseada em informações da Polícia Federal.

"O nódulo no seio de minha ex-esposa foi descoberto pelo médico Luiz Airton Santos, conhecido aqui no meio piauiense. Foi feito depois uma biópsia, que apontou o nódulo como benigno, mas mesmo assim, a cirurgia tinha que ser feita. Então, era uma questão de saúde e não estética", explicou Robert Rios.

O deputado revelou ainda que ele mesmo, em setembro do ano passado, reembolsou o valor da cirurgia (R$ 9.455,70), que havia sido pago à Assembleia Legislativa. "Se eu não tivesse reembolsado à Alepi, eu não estaria fazendo nada de ilegal, porque a lei permite que a Casa arque com as despesas de saúde dos deputados e seus cônjuges", comentou Robert Rios.

O ex-secretário de Segurança Pública também denunciou a existência de uma funcionária "fantasma" na Alepi. Segundo ele, trata-se da filha do então procurador-Geral de Justiça do Piauí, Alípio Santana.  Na denúncia feita à TV Cidade Verde, Robert Rios disse que a filha de Santana estava lotada em um gabinete de um dos deputados da Alepi durante os últimos três anos, mas não comparecia ao local. "[Ela] Era uma 'pluft' (sinônimo de fantasma)", ironizou o deputado.

Robert Rios disse que a filha do procurador somente foi exonerada depois que o próprio Alípio Santana deu parecer favorável à Polícia Federal para que continuasse as investigações, já que os deputados estaduais entraram na Justiça solicitando que a instituição não teria competência para apurar as denúncias, pois a Casa não recebe recursos federais.

Portal O Dia

Imagem: Clica Picos

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