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Chapa quer a candidatura de Marina, viúva de Campos anunciou decisão

O único irmão de Eduardo, Antônio Campos, foi o primeiro integrante da família a se pronunciar

15/08/2014 | Edivan Araujo
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Principal herdeira do espólio político de Eduardo Campos, sua mulher Renata quer, segundo amigos e aliados, ver Marina Silva representando a família na cédula eleitoral como cabeça de chapa.

O único irmão de Eduardo, Antônio Campos, foi o primeiro integrante da família a se pronunciar publicamente a favor de Marina.

"Tenho convicção [de] que essa seria a vontade de Eduardo", disse em nota divulgada nesta quinta (14), um dia após a morte do presidenciável do PSB em acidente aéreo.

Além da família, dirigentes de todos os outros cinco partidos da coligação comandada pelo PSB disseram defender a indicação da ex-senadora, vice na chapa de Campos após ter anunciado em outubro de 2013 a adesão ao projeto presidencial do então governador de Pernambuco.

No PSB, o nome de Marina ainda enfrenta resistências. A decisão sobre quem substituirá o nome de Campos passará pela bênção de Renata Campos, ou "dona Renata", como o marido a chamava.

Desde que recebeu a notícia da morte do marido, Renata não fala de futuro eleitoral, apenas pratica o luto ao lado da família e da romaria de pessoas que foram à sua casa, no bairro recifense de Dois Irmãos.

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Renata, porém, não quer ver o trabalho de Dudu, como o chamava, perdido.

Referência emocional do marido, que a agradecia publicamente pelo apoio, ela exercia papel maior que o de mulher de governante. Tinha influência e palpitava em todas as definições tomadas pelo homem por quem se apaixonou desde a adolescência.

Eduardo Campos reverenciava a mulher. Certa vez, diante de um pedido de entrevista com a potencial primeira-dama, respondeu: "Ela é um p... quadro, não uma peça auxiliar. Entende de política e tem muita sensibilidade".

Assim como o marido, a figura de Renata é reverenciada no PSB justamente por seu papel ao lado de Campos.

Mas ninguém aposta, por exemplo, na possibilidade de uma candidatura, na vaga de vice por exemplo, embora seja unânime em Pernambuco a avaliação de que Renata teria força eleitoral.

Amigos e políticos íntimos que visitaram a família desde a notícia do acidente afirmam que a escolha de Marina como titular do partido seria chancelada por Campos.

A união do PSB em torno de Marina será um desafio, já que a aliança dos dois estava mais cristalizada entre eles do que entre outros dirigentes.

COLIGAÇÃO
Marina tem se recusado a falar com aliados sobre o futuro político, sob o argumento de que a hora é de luto. Mas em seu entorno a expectativa é a de que seja seguido o chamado "caminho natural".

"Eduardo Campos construiu um legado programático junto com a Marina, e nós temos que tocar esse legado. É o que Eduardo gostaríamos que fizéssemos e é o que faremos após chorarmos e nos solidarizarmos com os familiares", afirmou o ex-deputado Walter Feldman, um dos principais aliados de Marina.

Dirigentes dos outros cinco partidos que compõem a aliança disseram ser favoráveis à escolha da ex-senadora, entre eles o PPS, o maior aliado do PSB na coligação. "Vamos caminhar para continuar o projeto do Eduardo. Se for ela [Marina], ótimo, o PPS não vai criar obstáculo", disse o presidente nacional do partido, Roberto Freire.

Os dirigentes das outras quatro legendas, todas nanicas, afirmaram que defendem o nome da ex-senadora.

Já a questão do vice na possível chapa de Marina ainda é uma questão em aberto. Na lista de cotados estão, entre outros, o ex-deputado Maurício Rands (PSB), primo de Renata e coordenador do programa de governo da campanha, e o deputado federal Beto Albuquerque (RS).

AS ALTERNATIVAS DE MARINA SILVA
1 - Sair candidata à presidência pelo PSB
Marina precisa ser aceita por quatro dos seis partidos da coligação -PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL. Nesse cenário, assume a cabeça de chapa e escolhe um candidato a vice de uma das seis siglas

2 - Renunciar
Marina abdica do posto de candidata e abre caminho para que o PSB escolha dois novos nomes para a corrida pela sucessão presidencial.

3 - Apoiar um candidato extraoficialmente
Marina pode sair da disputa e declarar apoio informal a algum candidato. Porém, não pode aparecer em material de campanha de nenhum partido que não seja o PSB.

Fonte: Com informações da Folha de São Paulo

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