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Bonner para Dilma: 'Qual dificuldade em se cercar de pessoas honestas?'

'Eu sou presidente da República, não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo STF'

19/08/2014 | Edivan Araujo
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Em entrevista na noite desta segunda-feira (18) ao "Jornal Nacional", a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, se recusou a comentar o comportamento da militância do PT diante do julgamento do mensalão. A mandatária foi questionada pelos apresentadores do telejornal sobre a atitude dos petistas, que trataram os condenados como "guerreiros".

"Eu sou presidente da República, não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por um motivo simples: a Constituição exige que o Presidente da República e os demais chefes do poder que respeitemos e consideramos a autonomia desses órgãos", afirmou.

Dilma foi interrompida pelo apresentador William Bonner, que a lembrou que o questionamento dele referia-se ao comportamento da militância, e não da Suprema Corte. Na resposta, mais uma vez Dilma não quis fazer comentários. "Eu não vou tomar nenhuma posição que me coloque em confronto e conflito ou aceitando ou não. Eu respeito a decisão do STF. Isso não é uma questão subjetiva."
A presidente também foi confrontada sobre casos suspeitos de corrupção em seu governo, entre eles os que resultaram na troca de ministros, e questionada sobre "qual é a dificuldade de se cercar de pessoas honestas". Dilma respondeu que seu governo foi "o que mais estruturou mecanismos de combate a corrupção" e que a Polícia Federal (PF) ganhou "imensa autonomia" para investigar.

Ainda sobre os casos de corrupção nos ministérios, Dilma disse que ""nem todas as denúncias de escândalo resultaram realmente na constatação de que a pessoa tinha que ser punida e condenada". "Pelo contrário, muitos daqueles que foram identificados como tendo praticado atos indevidos foram inocentados."

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A petista aproveitou o assunto para cutucar Fernando Henrique Cardoso, ao afirmar que, nas administrações dela e de Luiz Inácio Lula da Silva, "nenhum procurador foi chamado de 'engavetador-geral da República'" --no governo do tucano, o apelido foi dado ao procurador-geral Geraldo Brindeiro.

A entrevista é a primeira de Dilma após a morte de Campos e a terceira realizada pelo Jornal Nacional. Na semana passada, o telejornal entrevistou o tucano Aécio Neves na segunda-feira e Campos na terça, véspera da morte do ex-governador de Pernambuco. Diferentemente de Dilma, Aécio e Campos foram entrevistados na bancada do "Jornal Nacional". Amanhã (19), o entrevistado será o candidato Pastor Everaldo (PSC).


Fonte: Com informações do G1

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