Eleito pela terceira vez como governador do Piauí, Wellington Dias (PT) afirmou que irá decretar estado de emergência e calamidade na segurança pública do estado. Durante entrevista nesta segunda-feira (6) ao Bom Dia Piauí, o parlamentar falou sobre a necessidade de acionar a Força Federal para completar o número de policiais neste primeiro momento até a contratação de novos agentes.
"Quero me colocar à disposição do atual governador para tratar agora sobre este problema, porque a população sofre e morre pela ausência da segurança. Ela não é para chegar depois do crime, mas para evitar que isto aconteça. Nessa área nós vamos ter um novo time, tanto na área militar como na civil, integrando ainda mais as forças com a Federal, Rodoviária e outras polícias", garantiu.
O candidato eleito destacou também do quadro de policiais que não foi reposto com o passar dos anos. "Quando fui governador já tinha necessidade de seguir crescendo este número. Em 2009, eram 6.400 policiais em atividade e agora são 4.400, ou seja, aumentou a responsabilidade e diminuiu o contigente, daí a necessidade de ter a Força Federal para completar no primeiro momento este quadro", explicou.
Sobre o Ronda Cidadão, Wellington Dias criticou que o programa virou uma peça publicitária e comparou o número de homicídios na capital com os países em guerra. "Há a necessidade de mais policiais, no entanto, bem preparados. O que precisamos é de uma área da inteligência para evitar os crimes. Hoje nós temos mais pessoas mortas em Teresina, do que em locais onde há conflito. Este ano a expectativa é que o número ultrapasse os 300 só na capital. Precisamos de uma medida emergencial", disse.
Mais projetos
O próximo governador prometeu ainda fazer uma administração diferenciada em relação aos outros dois mandatos, com intervenção na economia, educação e saúde. "Nós temos hoje um novo momento no Piauí, onde há uma preocupação no equilíbrio financeiro. Durante a campanha visitei os 224 municípios e percebi que os serviços pararam. O Emater está sem funcionar, não foi feito o sistema de distribuição de água, assim como os investimentos que estavam programados, a saúde com hospitais fechados e concentrada em Teresina, a segurança com cidades sem delegados e poucos policiais. É um situação dramática", frisou.
No setor da educação, Welligton disse que pretende apoiar os municípios para ter qualidade nas escolas. "Temos muitas escolas multiseriadas e vamos combater isso. Precisamos ter as condições para cada escola possuir tudo que ela precisa, cuidar para termos profissionalização com o estudante que tem 12 anos de escolaridade complentando o ensino médio já com uma qualificação. Além disso, quero tratar a situação da Uespi de modo especial", explicou.
Na assistência social e saúde, o senador falou em aumentar a expectativa de vida dos piauienses. "Vamos seguir trabalhando para acelerar o desenvolvimento social. São cerca de 80 programas nesta área e quero implantar em todos os municípios para dar qualidade de vida, com melhores mercados, pontos de cultura, internet com maior velocidade, locais adequados para prática esportes, resolver o problema da coleta do lixo", informou.
Wellington Dias também falou em apoiar os hospitais dos municipios, transformando alguns em regionais para desafolgar o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), descentralizar a Maternidade Evangelina Rosa e outras cinco unidades da capital. "O HUT é para ser uma unidade de transição. Alguém com hemorragia se estabiliza naquele hospital e se precisar de cirurgia vai para o Getúlio Vargas, que é para ser somente de clínicas. Este sistema deveria ter em Parnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus", contou.
O novo governador avaliou a eleição como desleal e disse ter enfrentado de tudo. "As pessoas não pensam que nós somos também seres humanos e nos fazem difamações. Agradeço pelos piauienses terem ido às urnas. Vamos trabalhar, que esta é a melhor resposta".
Fonte: G1 Piauí