Na semana da eleição, Dilma Rousseff (PT), candidata a reeleição, pode sofrer um duro golpe, não só para a sua campanha, mas para o próprio mandato de presidente. A revista Veja, em Edição Especial, promete trazer transcrições de áudios do depoimento do doleiro Alberto Youssef que comprovariam o que a presidente petista mais nega: conhecimento total sobre o esquema de corrupção do petrolão.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada. Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, pôs os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se colocou à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais.
A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado desde março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, o cabelo raspado e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.
— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.
As informações podem dar fôlego na campanha de Aécio Neves (PSDB), grande adversário da petista nestas eleições? Ou já seria tarde demais, com tão pouco tempo para que as informações sejam usadas na campanha? Você acha que as revelações de Veja irão interferir no resultado das eleições?