O governador eleito Wellington Dias (PT) visitou a sede da Embrapa Meio Norte na manhã de ontem em Teresina. Durante o encontro, o Wellington manifestou preocupação com o equilíbrio financeiro do Piauí e afirmou que, diante da gravidade do quadro, a futura gestão já estuda a previsão de uma restruturação do Estado com a previsão de cortes iniciais no valor de R$ 100 milhões.
Wellington afirma que o valor do corte poderá ser ainda maior caso fique comprovado que o Governo tem comprometido mais de 52% das receitas com a folha de pagamento de pessoal. “O corte previsto é de 100 milhões se os gastos com pessoal forem de 51%, mas se ficar comprovar que for de 52% ou 56%, como andam falando, o corte será maior. Nós temos esperança que o atual Governo vai conseguir resolver a situação até o dia 31 de dezembro. Não quero acreditar que exista uma estratégia para inviabilizar o Governo seguinte”, comentou.
O Tribunal de Contas do Estado – TCE – concedeu medida cautelar, após pedido do advogado da equipe de transição de Wellington, proibindo Zé Filho de utilizar receitas de empréstimos para cobrir insuficiências do Fundo de Previdência Social dos servidores do Estado. Wellington afirma que o mínimo que espera do atual Governo é que a Lei de Responsabilidade Fiscal possa ser respeitada e os limites constitucionais possam ser respeitados.
Dias afirma que a maior preocupação é o Estado ficar proibido de receber recursos provenientes de convênios com o Governo Federal. “Se o Piauí não tem receita para cumprir as despesas obrigatórias é preciso tomar medidas necessárias para isto. Infelizmente teremos que fazer cortes e o Estado será menor do que aquele que a população realmente necessita. O problema é que não podemos abrir mão das parcerias com o Governo Federal. Se a folha de pagamento ultrapassar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal a presidente Dilma Rousseff (PT) fica impedida de mandar recursos para nosso Estado”, declarou.
A equipe do futuro Governo avalia a possibilidade de mais demissões de comissionados para atingir a meta de enxugamento da folha de pagamento. “A lei protege os servidores efetivos, mas há casos na legislação que diz que se a situação for muito grave existe uma possibilidade de demitir efetivos. Mas acreditamos que esse não é o caso do Piauí. Agora não tenho dúvida que a partir de janeiro será preciso zerar o que não for do quadro próprio e adequar o tamanho do estado ao que a receita suporta”, declarou.
Por: Lídia Brito - Jornal O Dia