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Assis Carvalho declara que a elite vai ter que continuar ''engolindo'' o Governo do PT

"A elite vai continuar sofrendo porque vai ter que continuar engolindo o projeto que ajuda os mais pobres. Eu espero que aquele modelo de humilhar os mais pobres não governe mais esse país", criticou.

05/05/2015 | Edivan Araujo
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O deputado federal Assis Carvalho (PT), em entrevista ao GP1, defendeu a presidente Dilma Rousseff (PT) que vem sofrendo rejeição e tem sido bastante criticada pela oposição. 

Segundo pesquisa do Ibope, 64% da população desaprova o governo de Dilma. Para o deputado, a crise que o país está passando é um dos motivos dessa desaprovação. “Eu já esperava que isso fosse acontecer, pois estamos em um país, com uma elite muito estilizada e hoje o nosso governo administra uma crise que mais cedo ou mais tarde tinha que chegar no Brasil. Como é que o mundo inteiro está passando por uma crise e nós não passaríamos? Nós atrasamos a crise, mas ela chegou. E para que pudéssemos atrasar essa crise, ela teve que fazer desonerações e tínhamos que uma hora fazer o ajuste fiscal. Nos governos anteriores, nós tínhamos crise ano sim e ano não. Nós passamos 12 anos sem crise. Estamos tendo crise nesse ano, mas no próximo ano nós não teremos. Vamos reorganizar o governo”, afirmou. 
O deputado afirmou que o governo do PT mudou a situação do Brasil e que boa parte das críticas vem surgindo da elite. “Nós temos um governo criminalizado por uma elite preconceituosa, que é a favor da ditadura, que é contra as pessoas de origem mais popular. É difícil essa elite aceitar um cara como o Lula, que era um operário da construção civil, uma pessoa como a Dilma, que foi uma guerrilheira e presa no tempo da ditadura. Você acha que essa elite iria perder uma oportunidade de todo dia está procurando alternativas para critica-la? Faz parte de um jogo de poder”, disse.

Assis Carvalho afirmou que a elite vai ter que continuar “engolindo” o governo do PT. “A elite vai continuar sofrendo porque vai ter que continuar engolindo o projeto que ajuda os mais pobres. Eu espero que aquele modelo de humilhar os mais pobres e colocar tudo no berço de quem já tem tudo não governe mais esse país. Eu até acho que tem uma hora que o nosso governo vai passar, mas eu quero que venha um governo melhor do que o nosso. Não aquele que nós tivemos, pois aquele não serve, onde o pobre não tinha acesso à universidade, um governo onde um pobre não viajava ao lado de um rico no avião, um governo onde para viajar de avião a pessoa tinha que passar dois anos planejando fazendo as suas economias. Era assim que as coisas funcionavam. Eu espero que esse governo não funcione mais no nosso país”, declarou.
Na última sexta-feira (1), a presidente Dilma Rousseff tomou uma atitude inusitada e decidiu não fazer o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalhador nas televisões e rádios. A presidente decidiu divulgar o seu pronunciamento em um vídeo na internet.

“Do ponto de vista do pronunciamento, eu acho que ela tomou a atitude certa. Ela já havia dito, que a partir de agora irá dialogar com uma rede que tem um público imenso. Ela está dizendo para a rede de TV que agride o seu governo toda hora que ela não é escrava dessa rede. Ela está dizendo 'eu não vou falar para vocês primeiro. Eu vou falar primeiro para os blogueiros. Depois, se quiserem que peguem o vídeo'. E foi o que tiveram que fazer. Então ela deu um recado e não teve nada de errado. Então a rede está é com dor de cotovelo, porque ela fez uma opção por um outro meio de comunicação. Mas ela ainda falou para o povo brasileiro e as TVs reproduziram. Só não foi o convencional que eles adorariam. É uma decisão histórica. Eu parabenizo ela. Ela fez o que tinha que fazer. Ela não se subordinou ao grandes meios de comunicação”, finalizou.

Fonte: GP1

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