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Algumas pessoas têm predisposição genética para sorrir, diz pesquisa

As pessoas que possuem uma variação do gene 5-HTTLPR são mais sensíveis. Elas sorriem mais

03/06/2015 | Edivan Araujo
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Sabe aquele seu amigo simpático que ri de tudo? Talvez ele te irrite um pouco. Talvez você goste dessa disposição da pessoa para achar graça onde não tem. Segundo a ciência, essa qualidade – ou defeito - do seu amigo pode ter raízes genéticas.

Cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e da Universidade de Genebra descobriram que pessoas que possuem certa variação do gene 5-HTTLPR têm predisposição a dar gostosas risadas com facilidade. Os alelos, ou variantes, mais curtos desse gene estão associados a respostas emocionais positivas. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de analisar as reações de 336 voluntários a desenhos animados e trechos engraçados de filmes. Alguns voluntários não riam, ou meramente esboçavam um sorrisinho, mesmo compreendendo a piada. Outros gargalhavam. A diferença genética entre eles, concluíram os pesquisadores, era a responsável por essa diferença nas reações.

Cada variação de um mesmo gene recebe o nome de alelo. Cada gene possui dois alelos. Nos humanos, um alelo vem da mãe, outro do pai. No caso, os pesquisadores das duas universidades estavam atentos à presença dos alelos curtos do gene 5-HTTLPR. Esse gene é interessante para a ciência porque ele está associado à produção de serotonina: um neurotransmissor que pode ser o responsável por sentimentos negativos, pelo sentimento de tristeza e por depressão. No passado, os cientistas achavam que as pessoas que possuíam os alelos curtos do 5-HTTLPR estavam predispostas a desenvolver depressão e a abusar de substâncias químicas.

À primeira vista, os resultados desse novo experimento contrariam as pesquisas anteriores. Afinal, os voluntários com alelos curtos riram à valer e pareceram pessoas felizes – ao menos durante a experiência. Os pesquisadores explicam que não.

Na verdade, segundo eles, a pesquisa reforça a suspeita de que pessoas que possuem alelos curtos desse gene são mais sensíveis e respondem com mais intensidade a emoções, tanto positivas quanto negativas. De acordo com os pesquisadores, ter o alelo curto não representa um fator de risco. Tampouco é algo bom. O alelo curto amplifica as reações das pessoas. O efeito disso pode ser positivo ou negativo.

Os pesquisadores apenas fazem a ressalva de que os genes não mandam nas nossas vidas. Por vezes, os genes não se manifestam e não interferem nas características das pessoas. Isso significa que ter o alelo curto não significa, automaticamente, ser mais sensível do que quem não tem. O gene pode até dar uma pista, mas a personalidade da pessoa é mais complexa, e depende da sua interação com o meio, seus valores, sua educação...coisas que não estão previstas no DNA.


Fonte: Com informações de Época

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