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No Piauí, Lula sugere que vai retornar à presidência da República

Discurso do ex-presidente foi marcado por resumo do seu governo e por críticas à elite.

21/10/2015 | Edivan Araujo
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O discurso do ex-presidente Lula (PT) após receber os títulos de cidadania teresinense e piauiense na Assembleia Legislativa do Piauí, nesta quarta-feira (21) foi marcado pelo balanço do seu governo. Ele fez questão de relembrar conquistas da época em que era presidente do Brasil e, de forma sutil, indicou que ainda pode fazer muito pelo País. Lula ainda falou sobre a crise política e econômica e criticou os adversários e a elite.
O ex-presidente disse que, antes do seu governo, as pessoas achavam normal haver 60% de famintos no País. “O Brasil era governado por quem acha normal as pessoas serem pobres e o piauiense ir para São Paulo só para trabalhar de pedreiro fazendo ponte. Eu queria provar que isso ia acabar e que o milagre iria acontecer”, disse o petista.

Segundo ele, o milagre foi acreditar no pobre. “Quando se empresta pro rico, ele deposita o dinheiro, se possível até fora do país. Quando se empresta pro pobre, ele vai comprar o feijão, o pão, o leite... Ela vai fazer a economia girar e haverá mais emprego, mais comércio. E aconteceu o milagre: 36 milhões de brasileiros saíram da miséria absoluta”, discorreu Lula.

Seguido por esse discurso, o ex-presidente afirmou que ainda falta muito por fazer. “Nós não fizemos tudo. Eu sei, Wellington (dirigindo-se ao governador do Piauí), que quando você deixou a governança para ser deputado em Brasília, você descobriu:  - se eu voltar, quanto coisa tenho que fazer'”, disse Lula, sugerindo a intenção de retornar à presidência da República.
O petista iniciou por Teresina uma série de visitas em vários municípios do Brasil. A campanha do PT foi lançada em agosto e tem como objetivo oficial promover o debate sobre a implantação do Plano Nacional de Educação (PNE). A outra motivação para intensificar as andanças pelo Brasil pode ser a estratégia de reaproximação entre o ex-presidente e os brasileiros.

Lula vem destacando a necessidade de estar mais perto da população. De acordo com a imprensa nacional, essa é uma das principais orientações do ex-presidente para Dilma Rousseff (PT) e sua equipe de ministros.

Hoje, Lula ainda visita a escola estadual Didácio Silva, onde conversa com alunos e professores. Às 19h, acontece a Plenária de Mobilização pela Educação com a participação de prefeitos, secretários de educação, educadores, dirigentes sindicais, movimentos sociais e políticos.

Crise

Segundo Lula, o País está vivendo um momento inusitado, que exige tranquilidade. “As manchetes dos jornais condenam antes da pessoa saber que há sequer um processo contra ela. Muita gente fica irritada, nervosa. Mas é preciso ter calma e nos perguntar porque isso está acontecendo no Brasil”, ressaltou o petista.
O ex-presidente fez uma série de questionamentos e concluiu que no momento de crise é preciso agir como chefes de família, que tiram dos filhos algumas regalias. “Qual a culpa que nós temos? Que tem o PT? Será que alguém já comparou a crise brasileira com a crise da Espanha, da Itália, da França, de tantos outros países que entraram em um momento de refluxo econômico por conta de uma crise mundial?”, disse.

Ele ainda admitiu que o País está sofrendo, mas que a presidenta Dilma tomou atitude para melhorar. “Isso a gente faz na casa da gente. Se você gastou um pouco demais, tem que brecar. É tirar o sapato do filho, é não dar o tênis, é não deixar ir à pizzaria, é cortar o sorvete. Ou fazemos isso, ou quebramos de vez”, justificou Lula.

Críticas à elite

Lula ainda criticou a elite e disse que muita gente tem raiva do PT porque os pobres tiveram vez neste governo. “Por acaso, em algum momento eles fizeram o Brasil melhor do que hoje? Eles se esquecem como é que nós pegamos esse país? Quanto tava o desemprego? O salário mínimo?”, questiona o ex-presidente.

Segundo ele, o atraso educacional do Brasil é culpa da elite brasileira. “Eles sempre foram perversos e nunca se preocuparam com a educação do povo pobre”, concluiu.

Fonte:Portal O Dia

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