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Aliado de Cunha, Paulinho entrará no Conselho de Ética nesta quarta-feira

Deputado do Solidariedade disse que defenderá Eduardo Cunha em processo

04/11/2015 | Edivan Araujo
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Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), informou nesta terça-feira (3) que vai integrar a partir desta quarta-feira (4) o Conselho de Ética da Casa. Paulinho da Força, como é conhecido, foi escolhido pelo partido para substituir o deputado Wladimir Costa (SD-PA), que deverá apresentar renúncia à vaga no colegiado alegando problemas de saúde, já que passou recentemente por uma cirurgia.

Pelas regras do Conselho de Ética, os deputados devem ser eleitos para integrar o colegiado e não podem ser substituídos por decisão partidária. A exceção é quando há renúncia ou morte de um parlamentar, quando o partido do antigo integrante pode escolher um substituto.

Paulo Pereira da Silva é um dos principais defensores de Eduardo Cunha e deve atuar no Conselho de Ética em favor da absolvição do peemedebista no processo por quebra de decoro parlamentar aberto nesta terça (3).

Segundo o parlamentar do Solidariedade, a ideia é manter Eduardo Cunha na presidência da Câmara para conseguir levar adiante o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Nosso partido, independente de eu assumir ou não, tem uma posição de defender o Eduardo. Queremos o impeachment da Dilma e achamos que é preciso manter o Eduardo para conseguir o impeachment. Então essa vai ser a posição no Conselho de Ética", afirmou.

O deputado Fernando Francischini (SD-PR) confirmou a substituição que será feita pelo partido no Conselho. “Vai ser [escolhido] o Paulinho. Ele vai ocupar a cadeira no Conselho a partir de amanhã já. Fica no lugar do Wladimir”, disse Francischini.

No último dia 29, Paulinho protocolou no conselho, na condição de presidente do Solidariedade, representação contra o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). A medida foi vista como uma forma de retaliação a Alencar, que é um dos articuladores do pedido de investigação de Cunha no colegiado.

Em sua representação, Paulinho acusa Alencar de ter usado recursos da Câmara para fins eleitorais por ter parte da sua campanha financiada por funcionários de seu gabinete e de ter apresentado notas frias por serviços prestados por empresa fantasma para ser ressarcido pela Câmara.

Paulinho da Força destacou nesta terça que foi escolhido pelo partido para assumir uma cadeira no Conselho de Ética para dar fôlego ao requerimento contra Chico Alencar. "O partido achou por bem que eu assumisse, por causa do requerimento contra o Chico Alencar. Como eu que mais entendo dessa ação, o partido achou por bem que eu assumisse, para tocar", afirmou.

Em nota divulgada à imprensa, o Diretório Nacional do PSOL contestou as acusações contra Alencar afirmando que, no caso da suspeita das notas frias, o Ministério Público arquivou o procedimento por não ter encontrado indício contra o deputado. Sobre as contas de campanha de Alencar, ressalta que foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. O pedido de abertura de processo contra o deputado do PSOL ainda não foi lido no Conselho de Ética – procedimento que marca o início das investigações.

Processo contra Cunha
O processo por quebra de decoro contra Cunha foi instaurado nesta quarta pelo Conselho de Ética. Foram sorteados três deputados que poderão assumir a relatoria – José Geraldo (PT-PA), Vinicius Gurgel (PR-AP) e Fausto Pinato (PRB-SP).

O presidente do colegiado, deputado José Carlos de Araújo (PSD-BA) vai escolher um dos três até a tarde desta quinta (3). O relator deverá, então, elaborar, em até dez dias, um parecer preliminar defendendo a continuidade ou o arquivamento da apuração.

Deputados que defendem a cassação de Eduardo Cunha demonstraram preocupação com a lista tríplice que irá definir o relator do processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.

A avaliação é de que o deputado petista José Geraldo pode vir a seguir uma eventual orientação do partido para poupar o mandato do peemedebista, caso seja selado um acordo para evitar abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O G1 apurou, porém, que o presidente do Conselho de Ética descarta indicar o petista para a relatoria.

Já em relação a Fausto Pinato e Vinicius Gurgel o temor é de que, por inexperiência, sejam alvos fáceis de pressão por parte do presidente da Câmara. Gurgel está em seu segundo mandato, enquanto Pinato está no primeiro.

Questionado por jornalistas sobre se sua inexperiência parlamentar poderia prejudicá-lo como relator do processo de cassação de Eduardo Cunha, Pinato disse que é "independente" e está preparado para sofrer eventuais pressões se for escolhido relator.

Fonte: Com informações do G1

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