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'Se não houve fato novo, por que sair do Governo?', diz Marcelo, sobre aliança

O ministro criticou ainda o comportamento do vice-presidente Michel Temer, que, segundo Marcelo, não deveria ter interferido na disputa pela liderança do PMDB na Câmara dos Deputados.

25/12/2015 | Edivan Araujo
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O ministro da Saúde, Marcelo Castro, conversou com O DIA durante sua última passagem pelo Piauí, no dia 19 de dezembro. Ao assinar autorizações para investimentos no Piauí, Marcelo Castro falou sobre as críticas que tem recebido por nomear um aliado para a Gerência de Saúde Mental do Ministério da Saúde, e também por não ter um perfil tão técnico e próximo dos militantes do setor de saúde pública, como seu antecessor.

Marcelo Castro disse ainda que o PMDB deve ser fiel ao Governo Dilma Rousseff e que não vê motivos para o PMDB deixar a base do Governo. 

O ministro criticou ainda o comportamento do vice-presidente Michel Temer, que, segundo Marcelo, não deveria ter interferido na disputa pela liderança do PMDB na Câmara dos Deputados.

Confira a seguir um trecho da entrevista exclusiva de Marcelo Castro ao jornal O DIA:

Ministro, quais as ações que o Ministério da Saúde tem implantado para regionalização da saúde?

Temos conversado muito com o governador do Estado, com o secretário estadual de Saúde, Dr. Francisco, para fazermos um plano de saúde para todo o Piauí. Esse plano visa basicamente à descentralização das ações de saúde do Estado. A regionalização das nossas ações de saúde. Então, qual é a nossa ideia, é que uma cidade como Parnaíba, que hoje e uma cidade universitária, que hoje tem várias faculdades, instaladas, que é um polo de desenvolvimento em toda região, tenha todas as ações necessárias para resolver o problema, não só de Parnaíba, como de toda a região do extremo Norte do Estado. Então, em Parnaíba precisamos ter um serviço de oncologia, para as pessoas que adoecerem de câncer em Parnaíba, não precisarem vir para Teresina. Precisamos ter um serviço de trauma ortopedia, a pessoa teve um acidente qualquer vai para o hospital de Parnaíba. Precisamos ter um serviço de cardiologia, para inclusive fazer cirurgias cardíacas lá mesmo. Precisamos ter um serviço de nefrologia, com hemodiálise para atender as pessoas em cada região do Estado. Ou seja, a nossa ideia é que a gente possa descentralizar as ações de saúde para desafogar Teresina. Diminuindo essa ambulancioterapia que existe hoje no Piauí e no resto do Brasil inteiro. Esse é o espírito. Assinamos várias parceiras com o Governo, todas neste sentido. Fortalecendo as ações municipais. Isso vamos fazer em Picos e nas outras cidades pólo, como Floriano, São Raimundo Nonato, Bom Jesus. Vamos definir pólos regionais para dotar esses serviços e dar conforto e qualidade nos serviços para pessoas de cada região.

O senhor substituiu um ministro muito técnico, que conhecia bem a saúde pública e tinha uma boa relação com os militantes da área. Como o senhor tem buscado diminuir essa diferença de perfil?

Olha eu acho que isso não é um fato definidor. Nós temos tido ao longo da história bons ministros da Saúde. Uns técnicos, outros políticos, e na minha lógica o que se precisa para ter a frente de qualquer ministério é que a pessoa além do conhecimento técnico tenha uma visão da política nacional de saúde, e seja uma pessoa absolutamente comprometida com o seu Ministério. Com aquilo que ele vai fazer. Então isso é uma coisa que para mim não tem grande significação.

Alguns setores ligados a psiquiatria estão criticando a nomeação de Valencius Wurth para a Gerência de Saúde Mental. Como o senhor observa essas críticas de que ele tem uma visão conservadora, inclusive defendendo a criação de manicômios?

Todas as críticas que recebi a respeito do Valencius são absolutamente infundadas. O Valencius é um médico psiquiatra renomado. De altíssimo nível, de alta qualidade, e que aprendeu psiquiatria com o mestre dele, um tal de Marcelo Castro. E eu e ele não somos a favor dos manicômios, que é a grande preocupação desse pessoal, pelo contrário, somos a favor da reforma psiquiátrica, e mais do que isso, existe uma lei no Brasil da reforma psiquiátrica. Essa lei, eu ajudei a fazer, o Valencius ajudou a fazer essa lei. Nós somos comprometidos com essa lei. E nós vamos fazer tudo que está sendo feito de maneira melhor. De maneira mais profunda, mais eficiente e de maneira mais efetiva para melhorar a vida de cada pessoa com sofra de um transtorno mental, ou tenha problemas de dependência com drogas.

Fonte:Portal O Dia

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