Por Maurício Exenberger direto de Brasília
Em discurso proferido na Câmara do Deputados, agora há pouco, o deputado federal Mainha (Solidariedade-PI) cobrou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação do fornecimento da fosfoetanolamina sintética para pacientes com câncer. Destacou a dificuldade que doentes, muitas vezes em fase terminal, encontram para conseguir as cápsulas entregues gratuitamente no campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos.
“O que me trouxe hoje a esta tribuna foi uma mensagem que recebi por volta de meia-noite de uma pessoa amiga, da cidade de Itainópolis, minha cidade, que fica no interior do Estado do Piauí”, relatou o deputado.
“Ela tinha na sua mensagem um tom de desespero. Essa é uma realidade que acontece não apenas na família dela, como também na família de muitos brasileiros. Talvez até na família de algum de nós aqui, quando a doença do câncer se propaga de forma que as esperanças que a medicina nos dá já se excluem. O paciente e a família procuram, de todas as formas, de todas as maneiras, uma solução e uma salvação para, pelo menos, dar uma sobrevida melhor a esses pacientes em fase terminal.”
Mainha defendeu que a questão da questão da fosfoetanolamina, conhecida como fosfo seja discutido com prioridade e com bastante atenção na Câmara dos Deputados. “É uma droga que vinha sendo distribuída até setembro do ano passado, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu, por faltar a sua regulamentação através da Anvisa”, lembrou o parlamentar.
“Depoimentos, inclusive de pessoas no exterior, nos mostram que essa droga está dando resultados positivos a esses pacientes que são doentes.”
Lobby – Para Mainha, o tema remete a uma especulação — “que eu queria que fosse apenas uma especulação — de que existe um lobby de indústrias, de laboratórios, inclusive internacionais, que atrapalham a regulamentação dessa droga brasileira desenvolvida pela USP”. “É a indústria do desespero para continuar faturando com tratamentos que muitas vezes são caríssimos e muitas vezes não conseguem efetivamente a cura quando a doença já está avançada.”
Mainha disse, ainda, que quer se unir a todas as pessoas que têm uma situação semelhante a essa na família, para que a Anvisa dê uma resposta à sociedade sobre uma celeridade nessa regulamentação.
“É uma alternativa, é urgente. Quando a medicina convencional diz que não há mais solução, não custa nada a gente poder experimentar alternativas e drogas que são estudadas como aquele último fio de esperança que resta a todos nós, que temos problemas gravíssimos como esse citado, na família.”
O deputado Mainha finalizou dizendo que aguarda uma resposta da Anvisa, “e nós vamos notificar essa situação para essa agência reguladora”.
CÂMARA DOS DEPUTADOS Â Â
Hora: 10h58
Data: 03/03/2016 Â Â Â Â
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Mainha.
O SR. MAINHA (SD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o que me trouxe hoje a esta tribuna foi uma mensagem que recebi por volta de meia-noite de uma pessoa amiga, da cidade de Itainópolis, minha cidade, que fica no interior do Estado do Piauí.
Ela tinha na sua mensagemum tom de desespero. Essa é uma realidade que acontece não apenas na família dela, como também na família de muitos brasileiros. Talvez até na família de algum de nós aqui, quando a doença do câncer se propaga de forma que as esperanças que a medicina nos dá já se excluem. O paciente e a família procuram, de todas as formas, de todas as maneiras, uma solução e uma salvação para, pelo menos, dar uma sobrevida melhor a esses pacientes em fase terminal.
O que não estou entendendo, Sr. Presidente — porque é um assunto que esta Casa deveria combater com prioridade e com bastante atenção —, é a questão da fosfoetanolamina, conhecida como fosfo. É uma droga que vinha sendo distribuída atésetembro do ano passado, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu, por faltar a sua regulamentação através da ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Depoimentos, inclusive de pessoas no exterior, nos mostram que essa droga está dando resultados positivos a esses pacientes que são doentes.
Isso remete a uma especulação — que eu queria que fosse apenas uma especulação — de que existe um lobby de indústrias, de laboratórios, inclusive internacionais, que atrapalham a regulamentação dessa droga brasileira desenvolvida pela USP. É a indústria do desespero para continuar faturando com tratamentos que muitas vezes são caríssimos e muitas vezes não conseguem efetivamente a cura quando a doença já está avançada.
Então, desta forma, eu quero aqui me unir a todas as pessoas que têm uma situação semelhante a essa na família, para que a ANVISA dê uma resposta à sociedade sobre uma celeridade nessa regulamentação.
É uma alternativa, é urgente. Quando a medicina convencional diz que não há mais solução, não custa nada a gente poder experimentar alternativas e drogas que são estudadas como aquele último fio de esperança que resta a todos nós, que temos problemas gravíssimos como esse citado, na família.
Então a gente aguarda, sim, uma resposta da ANVISA, e nós vamos notificar essa situação para essa agência reguladora.
Muito obrigado, Sr. Presidente.