O ministro da Saúde, Marcelo Castro, justificou o retorno à presidência da executiva estadual do PMDB no Piauí como alternativa para tentar evitar o desembarque de peemedebistas do governo. Nesta terça-feira (29), o diretório nacional do PMDB, deve oficializar o rompimento do partido com a presidente Dilma Rousseff, passo considerado fundamental para o impeachment da petista.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, o ministro disse que não houve desentendimento com João Henrique, que estava no comando do diretório estadual do PMDB, e que claramente é a favor do afastamento da presidente da República.Â
"O João Henrique é muito ligado ao vice-presidente Michel Temer e ele já declarou que vai votar na reunião amanhã pelo afastamento do Governo, ou seja, pelo meu afastamento. Eu sou presidente, posso reassumir. É evidente e é de todo conveniente, tanto para mim como para ele, que eu reassuma a presidência para que amanhã eu vote contra o afastamento do Governo, pela simples razão de que se eu estou no Governo é porque eu aprovo o Governo, eu estou satisfeito, pois do contrário eu não teria aceitado ser ministro ou já tinha pedido para sair. Eu e o João Henrique somos amigos de muito tempo e essa é uma questão de direito e comodidade. Ficaria muito ruim para mim, eu ser o presidente do diretório e o João Henrique votar a favor da minha saída, quando eu posso votar pela minha permanência", explica Castro.Â
O ministro ressalta ainda que, historicamente, o PMDB sempre foi um partido dividido e a ala que quer o afastamento do Governo, sequer votou do vice-presidente da República Michel Temer, que também é peemedebista.
"Essa é uma situação muito complicada e difícil porque o PMDB é um partido dividido, desde os primórdios há o grupo dos autênticos e dos moderados... Tem um grupo importante dentro do PMDB que é contra a Dilma, que não votou na Dilma, que não votou no Temer e quem mais está a favor da saída do PMDB do Governo é que não está lá dentro. O Temer hoje é vice e se tiver impeachment pode assumir a presidência da República, não por causa desses que querem sair do Governo, mas por conta de nós, que votamos no Michel Temer e votamos na Dilma. O mais adequado para o PMDB seria conviver com suas divergências, como tem convivido ao longo dos anos... É muito difícil para um partido grande como o PMDB, com a história que o partido tem, ter uma posição uniforme do Oiapoque ao Chuí", acrescenta Marcelo Castro.Â
Fonte: Cidade Verde